terça-feira, outubro 30, 2007

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA

O ano 2007 [MMVII] do calendário gregoriano corresponde ao:
. ano 1428/1429 dH do calendário islâmico (Hégira)
. ano 2760 Ab urbe condita (da fundação de Roma)
. ano 4703/4704 do calendário chinês
. ano 5767/5768 do calendário hebraico




DE ACORDO COM A TRADIÇÃO, COM O CALENDÁRIO DA ONU OU COM A AGENDA DA UNESCO:

2001/2010 - Década para Redução Gradual da Malária nos Países em Desenvolvimento, especialmente na África.
2001/2010 - Segunda Década Internacional para a Erradicação do Colonialismo.
2001/2010 - Década Internacional para a Cultura da Paz e não Violência para com as Crianças do Mundo.
2003/2012 - Década da Alfabetização: Educação para Todos.
2005/2014 - Década das Nações Unidas para a Educação do Desenvolvimento Sustentável.
2005/2015 - Década Internacional "Água para a Vida".
2007 Ano Internacional da Heliofísica


24Out a 31 Out - Semana do Desarmamento/Semana Mundial da Paz

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The Last Emperor/O Último Imperador
Bernardo Bertolucci, 1987


Aconteceu há 96 anos, na SG 30.10.1911: Pu-Yi, imperador da China com 5 anos de idade, jura uma nova Constituição, terminando oficialmente três séculos de domínio Manchu na China.
Nos EU decorria o mandato do 27º presidente William Howard Taft, do Partido Republicano. No trono do Reino Unido encontrava-se o avô da rainha Isabel II, Jorge V; e ao governo de SM presidia H. H. Asquith, do Partido Liberal. Na Rússia reinava o czar Nicolau II. Na Prússia reinava Guilherme II. Em França decorria a Terceira República, com Armand Fallières na chefia do Estado e Joseph Caillaux na liderança do governo. Em Portugal fora implantada a República, um ano antes, e era presidente Manuel de Arriaga – aliás, Manuel José de Arriaga Brum da Silveira e Peyrelongue (1840-1917) – do Partido Republicano (depois Partido Democrático), que foi o primeiro presidente da República Portuguesa constitucionalmente eleito, sendo o governo liderado por Pinheiro Chagas, do Partido Republicano, que foi o primeiro primeiro-ministro (designava-se então por presidente do Ministério) dum governo constitucional, da primeira República. À igreja romana presidia Pio X (257º).

Puyi ou Pu-Yi - Aising-Gioro Pu Yi - (Pequim, 1906 - Pequim, 1967), nascido na dinastia Qing, foi imperador da China de 1908 a 1911, quando foi forçado a abdicar. Isto é, dos 2 aos 5 anos.
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O rigor dos protocolos... A inflexibilidade de certas tradições...
Uma criança de 5 anos a jurar uma nova constituição!....
E é o gesto estudado (imposto), mecânico, inconsciente da criancinha
que acaba, assim, com séculos doutro domínio?
Tantas as crianças
– sobretudo de outros estratos sociais, onde, aí, sim, um verdadeiro drama –
que nunca tiveram “tempo” de ser crianças!
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Neste caso: os poderosos e os seus títeres pondo e dispondo a seu bel-prazer...
Mas uma criança, senhores!...

Veja-se uma sinopse do filme biográfico co-escrito e dirigido por Bertolucci
“Pequim 1908 - Um menino de três anos torna-se o Imperador do China. Seu nome é Pu Yi. Apenas três anos depois, a China passa a ser uma República. A dinastia Qing é forçada a abdicar e mais de três mil anos de domínio imperial chegam ao fim. A única pessoa que parece não compreender é o imperador do três anos de idade. À medida que cresce, Pu Yi é tratado como um deus. Mas aos dezoito anos é expulso da Cidade Proibida por um guerreiro republicano. Ajudado por seu amigo e preceptor, [Flemming Johnson] (Peter O`Toole) ele foge e abriga-se na legação japonesa. Depois de viver um bom período de boa vida, ele é convidado pelos japoneses a ser o Imperador da Manchúria. Pu Yi [John Lone] permanece no trono até ser capturado pelos russos, sendo então extraditado e entregue com prisioneiro à República Popular da China, permanecendo encarcerado por 10 anos. A história do último imperador da China é um conto de intriga, traição, guerra e desastre nacional. É também a história pessoal de um dos mais extraordinários antigos heróis dos tempos modernos.”

No filme, o papel de Wang Jung, sua primeira mulher, é desempenhado por Joan Chen.

Tendo como pano de fundo as transformações políticas e sociais que atingiram a China entre o final do século XIX e a instituição do governo socialista de Mao Tse Tung em 1949, O Último Imperador foi o primeiro filme que recebeu autorização do governo chinês para filmar na Cidade Proibida. Ganhou os Óscares de todas as categorias às quais foi indicado, nove. Pertence à terceira ordem de filmes mais premiados com as célebres estatuetas douradas da Academia (houve três filmes com 11 óscares, dois com 10 e três com 9).

quarta-feira, outubro 17, 2007

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA

O ano 2007 [MMVII] do calendário gregoriano corresponde ao:
. ano 1428/1429 dH do calendário islâmico (Hégira)
. ano 2760 Ab urbe condita (da fundação de Roma)
. ano 4703/4704 do calendário chinês
. ano 5767/5768 do calendário hebraico

DE ACORDO COM A TRADIÇÃO, COM O CALENDÁRIO DA ONU OU COM A AGENDA DA UNESCO:

2001/2010 - Década para Redução Gradual da Malária nos Países em Desenvolvimento, especialmente na África.
2001/2010 - Segunda Década Internacional para a Erradicação do Colonialismo.
2001/2010 - Década Internacional para a Cultura da Paz e não Violência para com as Crianças do Mundo.
2003/2012 - Década da Alfabetização: Educação para Todos.
2005/2014 - Década das Nações Unidas para a Educação do Desenvolvimento Sustentável.
2005/2015 - Década Internacional "Água para a Vida".
2007 Ano Internacional da Heliofísica

Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza


imagem Wikipédia

"O meu maior sonho é ser pobre um dia!
Porque ser todos os dias, é terrível”

(Anónimo)



Aconteceu há vinte anos, no SB 17 de Outubro de 1987: milhares e milhares de cidadãos reuniram-se na Praça do Trocadéro, em Paris, para comemorar a assinatura da Declaração Universal dos Direitos Humanos e para proclamar que a pobreza extrema é uma violação desses direitos fundamentais. A mensagem que, então, passaram, em essência, foi a seguinte: "Onde os Homens estão condenados a viver na miséria, aí os Direitos Humanos são violados. Unir-se para os fazer respeitar é um dever sagrado"

Acontecera, realmente, que na SX 10 de dezembro de 1948 a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi adoptada e proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas na sua Resolução 217 A (III), como resposta às atrocidades da Segunda Guerra Mundial.

Aí, naquela manifestação de Paris, de há vinte anos, a origem da criação do dia internacional que hoje passa.
Numa perspectiva mais abrangente, alguns designam-no por
Dia Mundial contra a Pobreza e Exclusão Social.


Uma das consequências da pobreza é a fome. E, acerca da fome, já em 1946 um nome enorme nestas matérias, Josué de Castro, escrevia a sua impressionante, mais constatatória que premonitória, “Geografia da Fome”.

É da recordação desse nome e dessa obra que se ocupa o seguinte excerto:
“No Portugal dos anos 60, quando da Guinness mal conhecíamos a cerveja, quanto mais os recordes, um livro de capa vermelha chamou a atenção de muitos. Chamava-se Geografia da Fome e era assinado por Josué de Castro. Lido num repente, tornou-se peça essencial na formação de muitos espíritos e muitas mentes. Dizia assim, no prefácio (a primeira edição era de 1946): "O assunto deste livro é bastante delicado e perigoso. A tal ponto delicado e perigoso que se constituiu num dos tabus de nossa civilização. É realmente estranho, chocante o fato de que, num mundo como o nosso, caracterizado por tão excessiva capacidade de escrever-se e publicar-se, haja até hoje tão pouca coisa escrita acerca do fenómeno da fome, em suas diferentes manifestações." Josué era brasileiro, pernambucano (o centenário do seu nascimento há-de comemorar-se em 2008, a 5 de Setembro) e as suas palavras punham o mundo de alerta.”
(Crónica de hoje, de Nuno Pacheco, no Público)

Traduzidas em números essas realidades (pobreza, fome, exclusão), tais valores são esmagadores. Impresionantes.

“50 mil pessoas morrem diariamente devido a causas relacionadas com a pobreza e 854 milhões de pessoas passam fome, apesar de a produção alimentar mundial ser suficiente” –
confirma Sofia Branco no trabalho abaixo mencionado.

Actualmente, cerca de 19% da população portuguesa (dois milhões e cem mil) é pobre. E 740 mil têm menos de seis euros por dia!
Confirmam os noticiários.

“São oito os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) que as Nações Unidas declararam em 2000 que queriam ver cumpridos até 2015. A erradicação da pobreza não é só o primeiro enunciado, é também o único que, se não for atingido, impede a realização de todos os outros.Porque ser pobre não é só não ter dinheiro suficiente para comer ou não dispor de um abrigo. É também não ter possibilidades para estudar. Não ter emprego e não saber o que vai ser o dia seguinte. É estar doente e não poder pagar uma consulta no médico nem tratamentos. Ou perder uma criança no parto por falta de cuidados de saúde.”
(Reporta Sofia Branco, hoje, também no Público)


imagem Público

Tirânicas são as sociedades que fiscalizam, pedem, exigem, obtêm, legalizam, legislam, puncionam, retêm, subtraem, impõem, taxam, quando não perseguem, param, constrangem e prendem para, depois, se declararem incapazes de oferecer o mínimo ao cidadão que terão despojado, roubado, despido, desnudado.
Michel Onfray
(Texto transcrito do blogue “antologia do esquecimento” que todos conhecem por “Insónia”, post de 17.10.2005)



O cidadão médio de um país desenvolvido goza de uma riqueza superior aos sonhos mais loucos de 1000 milhões de pessoas que vivem em países com um rendimento per capita inferior a 200 dólares. São estes, portanto, os países e os indivíduos que têm uma riqueza tal que podiam, sem ameaçar o seu próprio bem-estar, transferir uma parte para os pobres absolutos.
Robert McNamara
(Id)


O HORROR DE SER POBRE
Risco c’um traço
(um traço fino, sem azedume)
todos os que conheço, eu mesmo incluído.
Para todos estes não me verão
Nunca mais
Olhar com azedume.
O horror de ser pobre!
Muitos gabavam-se que aguentariam, mas era ver-
-lhes as caras alguns anos depois!
Cheiros de latrina e papéis de parede podres
Atiravam abaixo homens de peitaça larga como toiros.
As couves aguadas
Destroem planos que fazem forte um povo.
Sem água de banho, solidão e tabaco
Nada há que exigir.
O desprezo do público
Arruína o espinhaço.
O pobre
Nunca está sozinho. Estão todos sempre
A espreitar-lhe pra o quarto. Abrem-lhe buracos
No prato da comida. Não sabe pra onde há-de ir.
O céu é o seu teto, e chove-lhe lá pra dentro.
A Terra enxota-o. O vento
Não o conhece. A noite faz dele um aleijado. O dia
Deixa-o nu. Nada é o dinheiro que se tem. Não salva ninguém.
Mas nada ajuda
Quem dinheiro não tem.
Bertolt Brecht, in Poemas e Canções, selecção e versão portuguesa de Paulo Quintela, Livraria Almedina, Coimbra, Outubro e 1975.
(Id)

Se o autor de qualquer dos excertos acabados de passar dispensa apresentações, parece-me que o de Bertolt Brecht menos as exige.
Michel Onfray, nascido em 1 de Janeiro de 1959, é um filósofo francês. Afirmam muitos que é, mesmo, o filósofo francês mais lido da actualidade e o mais popular.
Robert McNamara foi secretário de defesa dos Estados Unidos de 1961 a 1968, dos presidentes Kennedy e Lyndon Johnson.


segunda-feira, outubro 08, 2007

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA



O ano 2007 [MMVII] do calendário gregoriano corresponde ao:
. ano 1428/1429 dH do calendário islâmico (Hégira)
. ano 2760 Ab urbe condita (da fundação de Roma)
. ano 4703/4704 do calendário chinês
. ano 5767/5768 do calendário hebraico



DE ACORDO COM A TRADIÇÃO, COM O CALENDÁRIO DA ONU OU COM A AGENDA DA UNESCO:

2001/2010 - Década para Redução Gradual da Malária nos Países em Desenvolvimento, especialmente na África.
2001/2010 - Segunda Década Internacional para a Erradicação do Colonialismo.
2001/2010 - Década Internacional para a Cultura da Paz e não Violência para com as Crianças do Mundo.
2003/2012 - Década da Alfabetização: Educação para Todos.
2005/2014 - Década das Nações Unidas para a Educação do Desenvolvimento Sustentável.
2005/2015 - Década Internacional "Água para a Vida".
2007 Ano Internacional da Heliofísica

Semana Mundial do Espaço Sideral



Aconteceu há 62 anos, nessa SG 08OUT1945: foi criado o Movimento de Unidade Democrática/MUD, de oposição ao regime salazarista.

Perpetuava-se, em Portugal, a dupla Salazar/Carmona.
Em França era presidente, provisoriamente, Charles de Gaulle, entre a Terceira e Quarta República.
No Reino Unido reinava Jorge VI, pai da actual soberana.
Na Alemanha vivia-se o post nazismo, uma época em que o país era presa dos aliados, na sequência da sua recente vitória e partilha. Só em 1949 encontraríamos a Alemanha dividida entre RFA e RDA.
Nos EUA era presidente (33º) Harry Truman, do partido democrata.
Em Espanha vigorava o “franquismo - regime político baseado no fascismo aplicado em Espanha entre 1939 e 1975, durante a ditadura de Francisco Franco”.
No Vaticano pontificava o diplomata Pio XII (260º), cujo papel na Segunda Guerra foi considerado, pelo menos, controverso.

Tanto quanto o feroz regime salazarista ia permitindo, ou por muito que estrebuchasse, a oposição nunca se conteve nem se calou. Bem vistas as coisas, não era a ditadura que ia permitindo coisa nenhuma. Não conseguia era controlar tudo, embora tudo fizesse por isso.
A oposição movia-se sempre sobre brasas e cinzas incandescentes: o risco da prisão, do degredo, da tortura, da despromoção ou irradiação do emprego, da perseguição impiedosa e do mais desumano tratamento. Mas agia.

Desde os alvores da ditadura que se verificaram acções de protesto e de exigência de reposição da legalidade democrática.


A da criação do MUD foi uma de muitas.

Claro que os comunistas de Portugal eram os oposicionistas (clandestinos) mais fortes, uma vez que a sua existência, como partido organizado é de data anterior à instauração da ditadura do Estado Novo.
Qual de nós, de esquerda, com idade superior a 50 anos, não esteve algum dia no PC ou por aí muito perto?

O regime salazarista nunca escondeu ser autoritário, anti-liberal, anti-democrático e repressivo. Mesmo em momentos de maior pressão exterior (quando o isolamento de Portugal mais se acentuava). O que por vezes aconteceu foi que, na sequência dessa pressão, o regime simulava uma certa abertura. Mas durante escassíssimo tempo.

Estávamos, então (nesses primórdios da ditadura), no que alguns classificam de primeira fase da oposição: fraca, desorganizada e violenta.
Esta fase durou até 1943, altura em que, já próximo do final da Segunda Grande Guerra, Portugal era severamente apontado como um péssimo exemplo em matéria de direitos, liberdades e garantias, e de deficit democrático.
No princípio da ditadura, a oposição era desorganizada, como se disse acima, e dominada por concepções anarquistas que privilegiavam a acção violenta, radical e armada. Mas os opositores democráticos organizaram e comandaram várias revoltas como as de 1927, 1928 e 1931. Todas fracassadas, contudo.
E outras se seguiram, em 1934 e 1935. Até que, em 1938, um grupo anarco-sindicalista tentou assassinar Salazar, quando ele se dirigia para a missa. Mas o ditador escapou ileso.

Um país apontado como opressor e usurpador dos direitos dos seus cidadãos, Portugal afrouxa (?), ou finge abrandar a sua tenaz perseguição aos democratas. E é então, mas ainda clandestinamente, que surge o MUNAF, “Movimento de Unidade Nacional Anti-Fascista. Organização clandestina presidida por Norton de Matos, surgida em Dezembro de 1943.”
Com ele se propunha “a constituição da unidade nacional de todas as organizações, grupos e individualidades antifascistas e patrióticas, visando o derrube do governo de Salazar e a instauração de um Governo Democrático de Unidade Nacional.
Dotado de um conselho nacional, de uma comissão executiva e de Comissões de Unidade Nacional (CUN). Os membros da comissão executiva são Piteira Santos, Bento de Jesus Caraça, Jacinto Simões, José Magalhães Godinho, Moreira de Campos, Francisco Ramos da Costa e Manuel Serra. No conselho nacional, está Álvaro Cunhal, Dias Amado e Bento de Jesus Caraça. No Comité Regional de Lisboa, José Magalhães Godinho, Manuel Mendes e Inácio Fiadeiro. No Comité Regional do Porto, Mário Cal Brandão, Azeredo Antas, António Veloso, Veiga Pires e Jorge Delgado. Cria em 1944 os GAC, Grupos de Acção e Combate. Nesse mesmo ano, em Junho, fiado que a vitória dos Aliados derrubaria automaticamente o salazarismo, cria um Programa de Emergência do Governo Provisório” – cfr José Adelino Maltez e a sua página profissional: http://maltez.info.

No MUNAF estava o germe do MUD.

“O MUD (Movimento de Unidade Democrática) foi uma organização política que surgiu em oposição ao Estado Novo, no contexto do final da Segunda Guerra Mundial. Com a vitória dos Aliados e a consequente democratização de toda a Europa Ocidental, o regime fascista de Salazar ficou numa posição isolada e bastante incómoda a nível internacional, o que o levou a "simular" uma política de abertura.
A oposição organiza-se e a 8 de Outubro de 1945 nasce, com autorização do Governo, numa reunião efectuada no Centro Escolar Republicano Almirante Reis, em Lisboa, o MUD.
"A orgânica interna do MUD passava a ser a seguinte: para além da comissão central existia também uma assembleia de delegados (com poder deliberativo), uma junta consultiva (...), comissões distritais, concelhias, de bairro, de freguesia, profissionais e outras comissões de auxiliares e de técnicos."(Fernando Costa, 1996) Havia portanto uma estrutura bem montada e credível” – segundo o CITI-Centro de Investigação para Tecnologias Interactivas da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.




Comissão Central do MUD
da esquerda para a direita: Maria Isabel Aboim Inglês, Mário Soares (em representação da juventude), Mário de Azevedo Gomes, Gustavo Soromenho, Manuel Mendes e, sentado, Fernando Mayer Garção(Bento de Jesus Caraça não estava presente, por doença)

Como, porém, muito rapidamente o movimento se sente credor de uma muito apreciável adesão popular (a ansiedade era enorme), da mesma forma se tornou uma ameaça para o regime. Assim, Salazar (para quem, quem não fosse por ele era contra ele e comunista), pouco mais de três anos depois, em Janeiro de 1948, ilegaliza-o, sob o pretexto de ligações ao PCP. (Argumento que hoje também colheria a simpatia de alguns “democratas”)
No entanto, ainda viria a apoiar a candidatura de Norton de Matos, às presidenciais, em 1949.

A par do MUD existia o MUDJ, entre os quais militavam Salgado Zenha, João Sá da Costa, Júlio Pomar, Maria Fernanda Silva, Mário Sacramento, Mário Soares, Fidelino Figueiredo e Rui Grácio.
E o MUD Juvenil era exactamente um alfobre democratas, onde se cruzavam e conviviam várias ideologias e tendências, que de comum tinham o serem oposicionistas à Ditadura e ao Estado Novo – escrevi nestas páginas, uma vez.

Qualquer acontecimento que tivesse a marca da oposição, como as crises académicas, era um dos pretextos para que a polícia política fizesse umas “purgas”. O regime não desistia de se impor... Mas as adesões, ao mesmo, eram cada vez mais escassas e a oposição cada vez maior e mais coesa – recordo também uma vez mais.

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