terça-feira, novembro 28, 2006

A REALIDADE SEM MAIS PERSPECTIVAS (II)


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O livro tem provocado um enorme gáudio pelas suas infanto-confissões e análises.

Algumas de manifesto excesso de imbecilidade, como a de que, em sua opinião, Durão Barroso "se tornou um dos portugueses mais influentes no mundo, depois de D. João II", perante a qual, Pulido Valente, cáustico e frontal como sempre, e já sem pingo de paciência, comenta: “Só uma criança escreveria isto” (Público, SB 18NOV06).

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(Como é diferente a História vista por “pigmeus”!...)

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E mais: sem se exaltar, pouco depois, PV traça o perfil trágico do meteórico PM:

“Claro que um primeiro-ministro com a idade mental de um pré-adolescente não ilustra especialmente o país, mas pelo menos mostra um lado inesperado do PSD e da política. Santana não se fez sozinho”.

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Mas, atenção que há sempre os mais pacientes, aqueles em quem a perspicácia vence o enfado, e que concluem, como Rui Ramos, na sua coluna, no Público de QA 22NOV006, esclarecedoramente intitulada “Os sonhos deles”: “O livro de Santana Lopes sobre a "crise de 2004" merece ser lido”.

E esclarece: «todos parecem muito satisfeitos com a teoria de que Santana foi um caso isolado de incompetência e irresponsabilidade, e como tal uma aberração singular e passageira da política portuguesa. Imagino que isto não desagrade totalmente ao próprio. Encaixa, de algum modo, na sua tese de que é um político diferente, destinado a estragar os arranjos dos outros. Ora, o livro lembra outra coisa: que o "populista", a quem os sábios de serviço fizeram o favor de promover a perigoso condutor de multidões "anti-sistémicas", era de facto um velho insider do regime, fechado no mundo dos acordos e intrigas da classe política estabelecida, de que dependia totalmente».

Ou seja: destrói a “cândida” e linear tese do petulante incompetente e irresponsável...

No “olimpo” da garotada (um sótão, algures, com um rico guarda-roupa e espelhos a condizer, e espaço, e muitos figurantes, onde se ensaiam muitas façanhas e travessuras) é delineada uma estratégia; talvez não, propriamente, selado um pacto de sangue, mas estabelecido um gentlemen agreement: «Santana não estava identificado com as políticas de Barroso. Pelo contrário. Mas estava identificado com a estratégia pessoal de Barroso. O pacto entre eles assentava nisto: Santana só podia querer o que Barroso não quisesse. Era a política reduzida ao pessoalismo mais básico.
Subitamente, Barroso deixou de querer ser primeiro-ministro. Santana passou então a poder querer ser primeiro-ministro. E por isso não quis eleições antecipadas.»

Nada mais simples.

«Para subir ao poder, Santana dependeu da chantagem patriótica de Barroso. Para continuar, apostou em duas coisas: no medo de Sampaio ao "precedente" constitucional e no fim da "crise".»

E a dado passo interroga-se Rui Ramos: mas “que género de político é, então, Santana Lopes?”

E vai buscar a resposta a um ensaio do próprio SL, publicado em 1989, em que ele «argumentou que o líder do PSD teria de ser um líder "carismático e populista", como Sá Carneiro. Conseguiu assim enganar os seus rivais, que se convenceram de que, se ele dizia isso, é porque talvez fosse "carismático e populista"...»

A poucas páginas do começo do livro, SL «mostra-se a si próprio e a Barroso, muito jovens e sonhadores, a partilharem antecipadamente entre os dois as regedorias do regime. Ungidos por uma aproximação precoce ao poder, propiciada pela revolução de 1974, pertencem a um pequeno grupo desde sempre convencido de que o poder em Portugal seria distribuído em função das relações de força entre eles. Tornaram-se exímios na criação de "percepções" e "factos políticos" (...) Quanto ao povo, esperaram que, à porta do palácio, lhes fosse admirando a esperteza e a sorte, enquanto roía os sobejos do Estado social.»

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E com uma aparente serenidade (mas sabe Deus com que revolta interior), termina Rui Ramos: «Eis os políticos que temos. Não formam, de facto, uma classe política democrática, mas uma "camarilha" digna de qualquer corte absolutista do século XVIII. Têm muitos sonhos. Mas nós - os eleitores - não fazemos parte desses sonhos.»

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Será preciso pôr mais na carta?

Terá acabado, mesmo, a hora do recreio?

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O livro, imagine-se bem, já vendeu mais de 10 000 exemplares. Já vai na 3ª edição...

Surpresa?

Não. Para mim, não.

As revistas cor de rosa, e a MRP e o Quim Barreiros, e... e... e... Também vendem muito bem... E depois?

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TESTE


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Este é um teste de português.

Na frase abaixo deverá ser colocado 1 ponto e 2 vírgulas para que a mesma tenha sentido.

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"Maria toma banho porque sua mãe disse ela pegue a toalha."

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Ore tente lá resolver.

Até nem é difícil.

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Só vale ver a solução, abaixo, depois de tentar resolver o problema.

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EU DIRIA O MESMO


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"Que fenómeno é este que faz com que políticos que caíram em desgraça, real ou imaginária, se sintam na obrigação de irem a correr para casa escrever um livro para "repor a verdade dos factos"?"
João Ferreirinho
Diário Económico, 20.11.06

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"A incapacidade inata que o nosso Auguste tem de se auto-analisar, de encarar a sua incompetência, de aceitar que o número de circo acabou, não seria particularmente grave se não fosse objecto de tanta agonia mediática."
Idem, ibidem

AI, XANDINHA, QUE TANTO ME FAZES SOFRER!


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Devo ter deixado todos os clientes da papelaria surpreendidos e em suspenso!

“Oh! Que maravilha! Finalmente! Que bom!” – saiu-me tão espontaneamente, ao ler a capa de uma revista, exposta sobre o balcão: Alexandra Lencastre encontrou um novo amor...

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É que fiquei deveras contente por ver que a Xandinha já não sofre tanto...

Encontrou, de novo, a felicidade...

(Só há uma coisa que me preocupa: parece que que já dura há três meses!!!!!....

Tanto tempo???!!!...)

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Desta vez é um pilotaço.

Estão garantidos grandes voos.

Até ao sétimo céu, pelo menos...

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Boa sorte Xandinha

(custa-me tanto ver-te sofrer!)

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TESTE (RESPOSTA)


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"Maria toma banho porque sua. Mãe, disse ela, pegue a toalha."

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A dificuldade está no uso do verbo "suar", confundido com o

pronome possessivo "sua"...

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA

Conferência de Teerão:

da esquerda para a direita, Estaline, Roosevelt e Churchill

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V/ abaixo 28NOV1943)

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Este é o espaço em que,

habitualmente,

faço algumas incursões pelo mundo da História.

Recordo factos, revejo acontecimentos,

visito ou revisito lugares,

encontro ou reencontro personalidades.

Datas que são de boa recordação, umas;

outras, de má memória.

Mas é de todos estes eventos e personagens que a História é feita.

Aqui,

as datas são o pretexto para este mergulho no passado.

Que, por vezes,

ajudam a melhor entender o presente

e a prevenir o futuro.

Respondendo a uma interrogação,

continuo a dar relevo ao papado.

Pela importância que sempre teve para o nosso mundo ocidental.

E não só, nos últimos séculos.

Os papas sempre foram,

para muitos, figuras de referência,

e para a generalidade, figuras de relevo;

por vezes, e em diversas épocas, de decisiva importância.

Alguns

(muitos)

não pelas melhores razões.

Mas foram.

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O ano 2006 do calendário gregoriano corresponde ao:

ano 5767 do calendário judaico

ano 1427 dH do calendário islâmico (Hégira)

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DE ACORDO COM O CALENDÁRIO DA ONU:

1997/2006 - Década Internacional para a Erradicação da Pobreza.

2001/2010 - Década para Redução Gradual da Malária nos Países em Desenvolvimento, especialmente na África.

2001/2010 - Segunda Década Internacional para a Erradicação do Colonialismo.

2001/2010 - Década Internacional para a Cultura da Paz e não Violência para com as Crianças do Mundo.

2003/2012 - Década da Alfabetização: Educação para Todos.

2005/2014 - Década das Nações Unidas para a Educação do Desenvolvimento Sustentável.

2005/2015 - Década Internacional "Água para a Vida".

2006 Ano Internacional dos Desertos e da Desertificação.

Dia Nacional da Mauritânia.

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Na TR 28.11.0741, há 1265 anos, morreu o Papa Gregório III.

O mundo Ocidental, então, era dominado pelo Império Romano do Oriente. Reinava Leão III de Bizâncio ou Leão (ou Leopoldo), o Isáurico ou Isauriano, assim chamado por se julgar, erradamente, segundo alguns autores, natural de Isauria Palaia, capital de Isauria, situada na zona central da região Sul da Anatólia. Feroz iconoclasta, decretou, em 726, a destruição de imagens religiosas (excomungado por Gregório III) foi também um cruel perseguidor das religiões. Morreu no mesmo ano que este papa.

Rei dos francos era então Carlos Martel (pai de Pepino, o Breve - Pepino o Moço ou Pepino III - e avô de Carlos Magno), um general brilhante e talento único nesse domínio, nessa época, que inaugurou a dinastia carolíngia. Foi proclamado por Gregório III Herói da Cristandade. À queda do Império Carolíngio, em 924, sucederia o Sacro Império Romano-Germânico. Carlos Martel também se finou no mesmo ano de 741.

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O pontificado do papa sírio durou uma década.

Como era comum na época, Gregório III viu-se envolvido em prolongadas lutas com os lombardos (ou longobardos: da Lombardia, no Norte da actual Itália). Daí que tivesse enviado uma embaixada, em 739, a Carlos Martel pedindo o seu auxílio para tal missão, propondo-lhe como contrapartida, o reconhecimento de protector dos romanos e o título de "cônsul e patrício de Roma".

Esta atitude do papa é de grande relevo histórico quanto à natureza e origem do seu poder.

Mas ao grande general não agradou a ideia de ter de guerrear contra Liutprando, seu antigo aliado, pelo que ignorou o apelo papal.

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Questão muito debatida nessa época, e seguintes, era a da proximidade de parentesco entre os que aspiravam, mutuamente, a ser futuros cônjuges. E a Igreja (aqui, como em tantas circunstâncias entre nós, referida por antonomásia) era de um extremo rigor: os casamentos entre pessoas aparentadas até ao 3º grau, segundo uns, ou até ao 4º, conforme outros defendiam, não era permitido, não era lícito, legal. (O terceiro grau, na contagem do Direito Canónico, equivale, em princípio, ao sexto da nossa lei civil. O 4º grau canónico, ao 8º civil). E a lei da Igreja era a que vigorava em toda a Europa. No mundo civilizado então conhecido.

Acreditam muitos autores que não era por razões teológicas ou de transcendente importância que a Igreja assim regulamentava o casamento, com tão apertadas regras. Claro que não. Mas era sim por bem terrenos e materiais motivos: pôr uma certa e conveniente ordem nas questões sucessórias. Da transmissão de bens.

Tratava-se de impedir uma excessiva concentração de riqueza dentro da mesma família.

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Esclareça-se, antes de mais.

É diferente a contagem dos graus de parentesco de acordo com o nosso direito civil (que tem as suas raízes no sistema romano) e nos termos do antigo direito canónico (que se baseia no sistema germânico-canónico). Na linguagem vulgar confundem-se bastante; por vezes, encontramo-los referidos segundo o critério civilista, outras vezes são aludidos na base do critério canónico.

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Outra questão é a contagem dos graus: aí é que os critérios são muito diferentes.

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Vejamos um exemplo das diferenças de graus de parentesco em ambos os critérios:

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Horácio e Joana, por exemplo, são parentes cujo antepassado comum mais próximo é o seu (de ambos) trisavô Alfredo. O mesmo se passando com os outros.

Esquematicamente, temos:

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Alfredo

(antepassado comum mais próximo)

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filho Bruno

filho César

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neto Dario

neta Ester

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bisneta Francisca

bisneto Gil

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trineto Horácio

trineta Joana

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Assim, no sistema romano (que é o do nosso direito civil), duas pessoas são parentes num grau que é igual ao somatório de intervenientes na considerada relação ou escala (incluindo aquelas tais duas pessoas), menos um. No exemplo acima, em termos, por hipótese, de Horácio e Joana, os intervenientes na escala, ascendente e descendente, incluídos eles os dois, são 9. Logo: são parentes (entre si) em oitavo grau, de acordo com o critério civilista.

Assim, Horácio e Ester são parentes em 6º grau, Bruno e Gil são-no em 4º grau, segundo este critério.

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E no velho sistema germânico-canónico, como é?

Neste sistema contam-se as gerações desde o mais próximo ascendente comum a todos (e este marca a geração 0) até aos intervenientes que pretendemos considerar. E cada geração (salvo a 0), conta como um grau.

Nesse caso, e de novo para a mesma hipótese de Horácio e Joana, Alfredo define a geração 0; Bruno e César marcam a 1ª geração; já Dario e Ester definem a 2ª geração; enquanto que Francisca e Gil constituem a 3ª geração; finalmente Horácio e Joana formam a 4ª geração.

Ou seja, no nosso exemplo, Bruno e César são parentes em 1º grau; Dario e Ester são-no em 2º grau; como o são em 3º grau Francisca e Gil; e em Horácio e Joana.

Mas, e na linha oblíqua, quando as linhas não são iguais, neste critério como se contam os graus?

“(...) Na linha oblíqua, se ambos os ramos são iguais, há tantos graus quantas as gerações num dos ramos da linha; se os ramos são desiguais, são tantos graus quantas as gerações no ramo mais longo”.

Nesse caso, os graus são tantos quantas as gerações na linha (de descendência) mais longa.

Daí, e neste critério: Francisca e César são parentes em 3º grau, Joana e Bruno são entre si parentes em 4º grau.

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Feito este esclarecimento, prossigamos.

Em 735 (portanto, no pontificado de Gregório III) morre Beda (Bede, em inglês),

um monge de Nortúmbria (um condado no nordeste de Inglaterra, confinante com a Escócia), autor d'A História Eclesiástica da Igreja e do Povo Inglês.

Esta obra teve uma enorme influência noutros autores posteriores.

Nela, designadamente, se "explica como Agostinho, primeiro arcebispo de Cantuária, depois da sua chegada no ano 597, enviou mensageiros a Roma, ao papa Gregório [trata-se, então do papa Gregório I, ou Gregório Magno], pedindo-lhe conselho sobre certas questões, incluindo as relativas ao casamento".

E nesse ano do passamento de Beda (735) "um bispo escreve a outro, expressando-lhe a sua surpresa ao saber que Gregório havia declarado que os «casamentos entre cristãos aparentados em terceiro grau eram legítimos» (...).

Antes que transcorressem dez anos, o papa Zacarias [91º pontífice, que sucedeu a Gregório III] informou ter sabido algo «que se encontra muito espalhado pelos países dos Germanos», a saber, que Gregório [creio que não se referia ao seu imediato antecessor, Gregório III, mas sim a Gregório Magno - Gregório I - o 64º papa, eleito em 590] havia autorizado os matrimónios dentro do quarto grau, os quais, de facto, não eram lícitos (...).

«Não obstante, estamos dispostos a crer que os autorizou, por ainda serem incivilizados (rudi) e para os animar a abraçar a fé.

[Jack Goody, Família e Casamento na Europa, pág 32, onde cita as fontes em que se baseia].

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Refiro, apenas, o direito canónico e não o de outras confissões já que se trata da mais importante alternativa no nosso país.

Sei, porém, que quando do afastamento da igreja anglicana da de Roma, aquela comunidade manteve praticamente todo o direito canónico.

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Há 101 anos atrás, em 28 de Novembro de 1905, uma TR, em Dublin, na Irlanda, Arthur Griffith funda o Sinn Féin (nós mesmos ou nós sozinhos, em gaélico irlandês), um movimento político que defendia a independência do país. Os militantes mais radicais formaram o Exército Republicano Irlandês, o IRA, responsável por vários ataques armados.

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No Reino Unido reinava Eduardo VII sucessor e filho da rainha Vitória, o último rei da Casa de Saxe-Coburgo-Gotha, Casa que, em 1917, com Jorge V, mudou para Casa de Windsor (esta mudança de nome não se deve a descontinuidade dinástica mas sim ao sentimento anti-alemão que se vivia na Primeira Guerra Mundial); e primeiro-ministro do governo britânico era Arthur Balfour, do Partido Conservador.

Nos EU cumpria o seu mandato o 26º presidente, Theodore Roosevelt do Partido Republicano, que no ano seguinte receberia o Prémio Nobel da Paz. Na Alemanha reinava o imperador Guilherme II, e o chanceler era o príncipe Bernhard von Bülow.

Em França decorria a Terceira República e o presidente era Émile Loubet.

Em Espanha reinava Afonso XIII, avô de João Carlos I de Bourbon. Em Portugal reinava D. Carlos (33º), sendo o governo liderado, pela 3ª vez, por Luciano de Castro (José Luciano de Castro Pereira Corte Real), do Partido Progressista. Pontificava Pio X (257º).

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Sinn Fein é um dos movimentos políticos mais antigos da Irlanda. É, afinal, o partido nacionalista irlandês, de ideologia socialista e anticapitalista, a ala política do IRA, naturalmente dividido entre moderados e extremistas.

O seu presidente, desde 1978, é Gerry Adams, cuja “força política ficou bem demonstrada em 1985, quando venceu as eleições em 17 dos 27 distritos da Irlanda do Norte” - [Wikipédia, a enciclopédia livre].

Em tempos passados os próprios integrantes do movimento afirmavam ser o braço político do Exército Republicano Provisório da Irlanda, o IRA. Mais recentemente, porém, as declarações dos dirigentes do partido afirmam que as duas organizações são completamente independentes, principalmente devido a divergências nos métodos empregados pelo IRA. Hoje são duas organizações de costas quase completamente voltadas uma para a outra. O relacionamento entre o partido e o seu braço armado «continua a suscitar acusações por parte dos partidos unionistas da Irlanda do Norte, que o Sinn Féin designa sempre por "os Seis Condados"» - [BU/Biblioteca Universal, Texto Editores]

O IRA/ Irish Republican Army, organização de carácter militar, nacionalista e clandestina, “foi criado na década de 1910 com o objectivo de obter a independência da Irlanda em relação ao Reino Unido. Foi, de facto, à sua acção que se ficou a dever, em grande medida, a abertura do Governo britânico a negociações e, em consequência, a constituição do Estado Livre da Irlanda em 1921” - [Infopédia/Porto Editora].

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Michael Collins, um destacado activista republicano irlandês que militou na causa política nacionalista que reclamava o fim do domínio do Reino Unido sobre a Irlanda, perseguido e por duas vezes preso pelas autoridades britânicas, entre 1919 e 1921 tornou-se o estratega do movimento revolucionário. E “organizou com tal sucesso a luta armada contra o ocupante que as autoridades britânicas se viram obrigadas a abandonar a sua posição de força e a encetar negociações com vista a um acordo de paz. Collins foi então escolhido, pelos seus pares, para presidir à delegação irlandesa que se deslocou a Inglaterra, vindo a assinar o tratado de paz que assegurava um estatuto semi-autonómico para a Irlanda, criando um Estado Livre na parte sul da ilha. O acordo assinado em 1921 não foi do agrado de todos os nacionalistas, provocando uma grave cisão no Parlamento irlandês, com a saída do partido Sinn Fein, liderado por Eamon de Valera”, desde 1917 - [Idem].

Grupos houve, contudo, que apenas admitiam a hipótese de uma independência absoluta, total, clara e imediata. Grupos, estes, que desencadearam acções violentas. É que, realmente, “o tratado assinado por Michael Collins, (...) não garantia completa autonomia à Irlanda e concedia ao Reino Unido a soberania sobre o território do extremo norte da ilha. A independência seria conseguida mais tarde, mas a Irlanda do Norte nunca haveria de se emancipar da Coroa britânica. Por isso, e de mistura com motivações religiosas, o IRA continuou a lutar, recorrendo sempre a acções de violência, designadamente atentados contra os militares britânicos colocados na Irlanda do Norte e altos responsáveis da administração do Reino Unido” - [Idem].

Inevitável, desencadeou-se a guerra civil. E Collins, tornado comandante-chefe das Forças Armadas, converteu-se num moderado e conciliador. Assim, foi assassinado em 1922 pelos seus opositores.

Igualmente de pendor conservador, Valera foi, na verdade, o grande responsável pela proclamação da independência da Irlanda em 1937. E foi, mesmo, Presidente por dois mandatos, entre 1959 e 1973.

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“Em 1994, na sequência de uma declaração de cessação de actividades militares por parte do IRA, o Sinn Féin passou a encontrar-se em condições de participar no processo político destinado a conseguir a paz duradoura na Irlanda do Norte. Em 1997, uma delegação do Sinn Féin, liderada por Gerry Adams, participou finalmente nas negociações para a paz na Irlanda do Norte. Em Fevereiro do ano seguinte, o Sinn Féin foi excluído das conversações de paz, devido ao alegado envolvimento do IRA num violento atentado em Belfast. O Sinn Féin foi readmitido, em Março de 1998, e manteve-se sempre na mesa de negociações até à conclusão do acordo em Abril. Os delegados do partido aprovaram o acordo por uma larga maioria, a 10 de Maio” - [Cit BU].

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Apesar do anúncio do fim das operações militares do IRA, a verdade é que tal não tem correspondido à verdade. “Ainda assim, Adams tem sido o grande interlocutor do Governo na procura de uma solução para o conflito com o IRA” - [Cit Infopédia].

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“Em Março de 2005, no seguimento do assalto ao Northern Bank e do assassinato de Robert McCarney, membro do Sinn Féin, alegadamente assassinado pelo IRA, os conservadores e os unionistas tentaram expulsar os representantes do Sinn Féin nos Comuns, mas a sua moção foi rejeitada” - [Cit BU].

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Na SX 28.11.1919, há 87 anos, Lady Astor torna-se a primeira deputada na Inglaterra.

Reinava Jorge V, avô de Isabel II, sendo o governo chefiado por H. H. Asquith, do Partido Liberal. Em Portugal já decorria a República, com Canto e Castro, do Partido Nacional Republicano («Partido Sidonista»), na Presidência da República e com Sá Cardoso, militar, do Partido Democrático na chefia do governo (Presidente do Ministério).

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A viscondessa de Astor, lady Astor (aliás, Nancy Witcher Langhorne), nasceu nos EU em 1879 e morreu em Bourne (Inglaterra), em 1964.

Foi escritora (escreveu em 1923 Meus Dois Países), mas foi sobretudo como política que se distinguiu, tornando-se a primeira mulher a conquistar um lugar de deputada na Câmara dos Comuns, que exerceu durante 25 anos.

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Numa época como aquela, em que à mulher era vedado qualquer percurso político ou destaque na vida pública, foi uma importante conquista.

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Consta que um dia terá afirmado: "Mulheres, têm de tornar o mundo mais seguro, já que os homens o tornaram tão inseguro para as mulheres."

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Foi Frederick Winnicott, que com ela se casou, tornando-se assim lorde Astor, que a convenceu a candidatar-se ao Parlamento. Seguiu o conselho e foi bem sucedida.

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Por essa altura Winston Churchill começava a ser um político com alguma notoriedade, distinguindo-se, mesmo, com várias intervenções na Câmara dos Comuns.

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Têm corrido o mundo dos media e da blogosfera os célebres e “saborosos” “mimos” que trocaram entre si. Embora sobejamente conhecidos, recordo dois deles: numa discussão Lady Nancy atirou-lhe: “Você está bêbado”. Responde Churchill: “Sim, minha querida Senhora, estou bêbado, mas amanhã estarei sóbrio e você, minha querida, continuará horrrorosa”.

Noutra ocasião, diz-lhe Lady Astor: “Se você fosse meu marido, Winston, eu envenenava o seu chá”. E ele, prontamente: “E se eu fosse o seu marido, Nancy, eu tomaria logo esse chá”.

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O seu perfil fica bem definido com esta outra recordação a seu respeito: já no seu leito de agonia, a dada altura abre os olhos e vê-se rodeada de toda a família. Pergunta, então: “faço hoje anos ou estou a morrer?”

[Fontes: GEPB e Internet]

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Nesse DM 28.11.1943 – completam-se, hoje, 63 anos - iniciou-se a Conferência de Teerão, entre Churchill, Roosevelt e Estaline, para discutir a guerra em curso e (numa perspectiva, já, de vencedores), a futura organização mundial. Cimeira que se prolongou até à QA seguinte, 01.12.

Outros líderes mundiais, de então, eram, por exemplo, Jorge VI, que ocupava o trono do Reino Unido. Em França vivia-se o período conturbado da República de Vichy com Henri Philippe Pétain como "Chefe de Estado". Em Espanha prosseguia a ditadura franquista. Em Portugal mantinha-se a ditadura salazarista, com os “vitalícios” Salazar e Carmona no topo da estrutura do regime.

No Vaticano continuava, diplomático e silencioso, Pio XII (260º).

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A capital do Irão (que se denominava Pérsia até poucos anos antes, 1935), “reuniu as forças aliadas intervenientes na Segunda Guerra Mundial, para se discutir os planos para vencer a Alemanha e as políticas do pós-guerra. Esta Conferência de Teerão juntou à mesma mesa o presidente norte-americano Franklin D. Roosevelt, o secretário-geral da União Soviética Joseph Estaline e o primeiro-ministro britânico Winston Churchill, os principais líderes mundiais que tentavam conjugar esforços para defrontar a ameaça germânica” – resume, em síntese a INFOPÉDIA/PORTO EDITORA.
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A Conferência de Teerão, “foi o primeiro dos três encontros entre os Senhores da Guerra do Universo (...). Eles eram os homens mais poderosos do mundo naquela ocasião e as decisões que tomaram tiveram influencia no destino de milhões de indivíduos nos anos seguintes. Na reunião foi esboçado um conjunto de decisões que afirmariam ainda mais a acção coligada da Grande Aliança – EUA –GB – URSS - no sentido de levar as forças inimigas do Eixo à total derrota e capitulação 18 meses depois” – lê-se num site (abaixo referenciado) acerca de História do séc. XX.

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Nos começos de Agosto de 1945 o Imperador Hirohito, perante o desastre completo e a derrota eminente, autorizou que o embaixador japonês na União Soviética apresentasse a Estaline a rendição incondicional do Japão. O fim da guerra, cuja vitória certa anteviam os aliados, foi preparado pelas grandes potências que firmaram acordos sobre o desenlace do conflito e definiram partilhas.

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Essa preparação do fim da guerra foi objecto de três conferências e dos respectivos acordos delas emergentes.

A primeira, foi a Conferência de Teerão, de 28.11 a 01.12 de 1943.

De 04 a 11 de Fevereiro de 1945, Winston Churchill, Franklin D. Roosevelt e José Estaline reúnem-se novamente em Ialta, nas margens do mar Negro, na Crimeia (Ucrânia), já sabendo da inevitabilidade da derrota alemã, para decidir sobre o futuro da Europa pós-guerra.

A terceira reunião foi a Conferência de Potsdam (perto de Berlim), entre 17 de Julho e 02 de Agosto de 1945. Os participantes foram os vencedores, os aliados da II Guerra Mundial, que se juntaram para decidir como administrar a Alemanha, que se tinha rendido incondicionalmente nove semanas antes, no dia 8 de Maio.

Em Potsdam a União Soviética continuava representada por José Estaline; o Reino Unido era representado por Winston Churchill e posteriormente Clement Attlee; os Estados Unidos da América tinham a representa-los o recém-empossado Presidente Harry S. Truman.

Os Aliados editaram a Declaração de Potsdam que ultimou os termos de capitulação do Japão e declararam os objectivos da conferência, designadamente o estabelecimento da ordem no pós-guerra, assuntos relacionados com as assinaturas de paz e a forma de obviar os efeitos da guerra.

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Voltando à cimeira de Teerão, veja-se a respectiva súmula:

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Data: DM 28.11 a QA 01.12.1943

Presenças: F. D. Roosevelt (EUA); W. Churchill (GB) e J. Estaline (URSS)

Assuntos tratados: rendição incondicional da Alemanha Nazi. Ajuda militar aos guerrilheiros jugoslavos. Polónia, com compensações territoriais e com governo pró-soviético. Chegou a perspectivar-se a negociação de um acordo de paz, opção que caiu, pois os participantes pendiam para a prossecução do conflito armado.

Acerto da Operação Overlord (o nome de código do grande desembarque anglo-saxão - ingleses, norte-americanos e canadianos - na Normandia, nas costas da França atlântica, que seria realizado em 6 de Junho de 1944 – Dia D), e, para além doutras matérias, o esboço do projecto para uma instituição reguladora da paz no pós-guerra (a futura ONU).

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Para conhecer um pouco mais sobre este evento, designadamente sobre o perfil e antecedentes dos respectivos intervenientes, veja “A Conferência de Teerão e os senhores do universo”.

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Foi há seis anos, na TR 28.11.2000: a Holanda torna-se primeiro país a despenalizar a eutanásia.

Já reinava, nos Países Baixos, a rainha Beatriz (Beatriz Guilhermina Armgard de Orange-Nassau). Nos EU cumpria o seu 2º mandato o 42º presidente, William Jefferson Clinton, do Partido Democrata. No RU reinava Isabel II e Tony Blair, do Partido Trabalhista, era o chefe do executivo. O presidente da Alemanha era Johannes Rau do SPD e o chanceler era Gerhard Schröder (SPD). Na França já era presidente Jacques Chirac (RPR/UMP), desde 1995, o 7º presidente da Quinta República. Em Espanha reinava João Carlos I de Bourbon e o governo era liderado por Aznar (José María Aznar López). Em Portugal, Jorge Sampaio cumpria o último ano do seu 1º mandato, sendo o governo (XIV Governo Constitucional) liderado por António Guterres.

Os destinos da igreja de Roma eram dirigidos pelo polémico papa João Paulo II (264º).

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O século XX estava no seu ocaso.

A eutanásia e a interrupção voluntária da gravidez eram duas das grandes questões fracturantes que o mundo discutia, de há muito, acaloradamente, quer nas associações instituídas com esse objectivo, quer nos fóruns especializados, quer nos parlamentos.

Mas a Holanda adiantou-se no que à despenalização da eutanásia respeitava. Neste país, a eutanásia é agora permitida aos adultos que sejam capazes de decidir voluntariamente e de o solicitar por escrito.
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De seguida, e já “no século XXI, em 11 de Maio de 2001, os Países Baixos torna-se o primeiro pais do mundo a legalizar a eutanásia, inclusivamente podendo ser aplicada a menores desde que com o consentimento dos educadores. Por 48 votos a favor e 28 contra, o Senado aprovou a lei que permite aos médicos abreviar a vida dos doentes terminais. Do lado de fora do Parlamento cerca de 10.000 manifestantes juntaram-se em protesto, cantando hinos e lendo passagens da Bíblia. Em 16 de Maio de 2002, é a vez da Bélgica tornar-se o segundo país a legalizar a eutanásia.” [Wikipédia]

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E neste momento, o parlamento neerlandês já discute o alargamento da despenalização da eutanásia a doentes que não sejam capazes de exprimir consentimento, como os doentes mentais e as crianças recém-nascidas!

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“Est modus in rebus”! – aconselhava a prudência romana. Haja tento e senso! – poderíamos repetir hoje em tradução muito livre.

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Etimologicamente, eutanásia (de origem grega) significa "boa morte" ou "morte apropriada".

Na medicina, eutanásia significa proporcionar ou acelerar a morte de um ser humano para pôr fim ao sofrimento de alguém atingido por doença dolorosa e incurável.

Mas dispensar a concreta, consciente e específica intervenção da vítima da tal doença terminal, sofrida para além dos limites, e incurável?

Aí estaremos muitos em oposição.

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De tanta obra que existe, remeto, por ora, para melhor conhecimento da matéria, para uma página da Wikipédia: Eutanásia. O próprio coordenador da enciclopédia, porém, e muito louvavelmente, chama, logo à partida, e de forma muito explícita, a atenção para o seguinte: “Este artigo foi marcado como controverso devido às disputas sobre o seu conteúdo”.

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segunda-feira, novembro 20, 2006

VÍDEO ESPECTACULAR

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Forever Young: We will rock you

Isso mesmo: simplesmente espectacular: a música, a imagem, a simbologia... Tudo!

Fantástico este We will rock you dos Forever Young!

A REALIDADE SEM MAIS PERSPECTIVAS


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A recensão está praticamente feita. De vários ângulos.

Para mim só falta (que eu saiba) a do inefável e seu indefectível Luís Delgado.

Que não há-de tardar.

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Basta uma pequena ronda...

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"Há qualquer coisa de Diana Spencer em Pedro Santana Lopes."
Ana Sá Lopes
Diário de Notícias, SB 18NOV06
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“Neste seu jeito de dar um trambolhão em público e depois vir mostrar as nódoas negras à plateia, Santana Lopes é uma espécie de palhaço pobre da política portuguesa”.

Rui Tavares

Público, SB 18NOV06

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Como é visível ao longo do livro, a política vai perdendo as suas conotações clássicas e transforma-se num melodrama diário sujeito aos amuos e às birras permanentes com que se entretinham os vários ministros. Não é por acaso que todo este reboliço termina, em beleza, com a demissão do "Henrique" que se sentiu ofendido quando soube que "o Nuno" e "o Rui" tinham sabido primeiro do que ele de uma pequena remodelação em curso.

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(...)

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Entre eles, eram "o Zé Manel", "o Pedro", "o Nuno", "o Zé Luís", "o Paulo", "o Zé Pedro", "o Miguel" e conheciam-se todos de longa data: frequentavam o mesmo meio, iam os mesmos sítios, apareciam nas mesmas festas, eram amigos, por vezes adversários, às vezes zangavam-se, depois reconciliavam-se e o mundo e o país encolhiam-se segundo o tamanho do seu umbigo.

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(...)

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O livro, neste particular, confirma o que muitos já sabiam: o principal responsável pelo colapso da maioria e pelo fim da coligação não foi Pedro Santana Lopes, que se limitou a levar a balbúrdia até às últimas consequências; foi Durão Barroso que, na noite em que perdeu as europeias (...)

Constança Cunha e Sá

Público, SX 17NOV06.

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Será que traz novidades para alguém?

Haverá algo mais previsível?

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