quarta-feira, maio 31, 2006

DURA VERITAS, SED VERITAS!


O super-gestor Jack Welsh era convidado. Mas achou que devia olhar, olhos nos olhos, o seu anfitrião e dizer-lhe a verdade sem rodeios. E falou. E mostrou-se pasmado pela nossa falta de consciência, brio e dignidade. E disse: “é humilhante para os portugueses a percepção que o exterior tem de Portugal, que é a de uma contínua degradação e declínio…”

Não foi deselegante. Fez o que lhe era pedido.

Depois?

Ora, governo, políticos, empresários, dirigentes… Todos metem as mãos nos bolsos e assobiam para o lado, e olham em redor… “Para quem será?” – questionam-se.

Somos assim mesmo. Já nem coramos.

Amorfos, abúlicos, incapacitados de sacudir a cerviz, desossados, sem espinha dorsal… Eternos moribundos.

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Ah! Mas Welsh esqueceu-se de uma coisa, que eu lhe recordo daqui: VIVA O MUNDIAL! VIVA PORTUGAL!

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CRISE?


Há meses, numa entrevista, o dinâmico empreendedor Mega Ferreira, actual administrador do CCB, entendia que o discurso da crise se não justifica, a não ser para os desempregados. E explicava: “as lojas e as estâncias turísticas estão cheias”.

Devido aos seus afazeres, Mega há muito que não deve dar uma volta pelas lojas, só “espiando”, só confirmando a sua tese…

Lojas cheias? Só se for de moscas. Por vezes, de alguns mirones. Mas só mirones. De resto, uma lástima, dizem os comerciantes e os lojistas.

E constatamos todos, todos os dias. Basta andar aí (não “por aí”).

Também há muito que Mega Ferreira não deve dar um pulo a uma estância turística, no nosso “jardim”…

Cheias? Rarissimamente. De resto, assim-assim. Numa e noutra situação, predominantemente, quando não quase exclusivamente, por estrangeiros…

Mas, em grande parte do ano… às moscas.

Mega está equivocado. E ele, que é um homem do nosso tempo, está, nesta área, um pouco desfasado.

Claro que há uma outra perspectiva – que, quanto penso saber, não é a dele.

Não há crise para os magnatas do capital (contra quem não tenho nada. Só contra os que injustamente lhes facilitam gorduras excessivas). Banqueiros, inclusive e particularmente – para quem ela (crise) passa lá muito longe, a enorme distância.

Para estes, óbvia e visivelmente não há crise. Por razões sobejamente conhecidas: um super-proteccionismo estatal. Injusto. Incompreensivo. Raiando (raiando?) a desonestidade.

Não creio que MF falasse seriamente sobre a crise.

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INTERMEZZO: FREEDOM!...

Com este pequeno vídeo, de 2005, Bruno Bozzetto brinda-nos com as suas já nossas conhecidas criatividade e qualidade. Desta vez numa pequena, mas tão interessante, homenagem à liberdade, aos 60 anos de liberdade (1945-2005) em Itália. O vídeo é produzido pela Comuna de Bérgamo.

A mensagem final do filme é: Freedom must always be conquered.

Veja esta maravilha: FREEDOM

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ESCUTAS


Talvez um pouco fora de prazo. Mas quando a matéria estava quente anotei.

(Fora de prazo… Nem tanto assim… Ainda hoje é objecto de polémica.)

“Restringir as escutas telefónicas, como sugeriu Duarte Lima na Assembleia da República e a título pessoal, aos crimes de terrorismo organizado, tráfico de droga e crimes de sangue não é uma solução plausível. O que o parlamento aplaudiu, à excepção do PCP, foi uma proposta de exclusão de crimes como a corrupção, peculato e megafraudes fiscais da paleta de casos passíveis de escuta.”

As escutas telefónicas são um instrumento eficaz e imprescindível na investigação de crimes graves e de contornos complexos.

“Como sugeriu Jorge Sampaio, aquele método de investigação deve continuar a ser excepcional e tem de ser minuciosamente controlado pelos juízes de instrução.”

O parlamento, à excepção do PC, aplaudiu Duarte Lima (isso, Duarte Lima. Como a memória é curta!...).

Os media sublinharam (quase unanimemente) a sensata eloquência do silêncio do PC.

Eu também.

(Não. O Luís Delgado não sublinhou isso! Claro!)

[Há sempre uns curiosos a querer saber mais. Antecipei a resposta].

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MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA


Este é o espaço em que,

habitualmente,

faço algumas incursões pelo mundo da História.

Recordo factos, revejo acontecimentos,

visito ou revisito lugares,

encontro ou reencontro personalidades.

Datas que são de boa recordação, umas;

outras, de má memória.

Mas é de todos estes eventos e personagens que a História é feita.

Aqui,

as datas são o pretexto para este mergulho no passado.

Que, por vezes,

ajudam a melhor entender o presente

e a prevenir o futuro.

Respondendo a uma interrogação,

continuo a dar relevo ao papado.

Pela importância que sempre teve para o nosso mundo ocidental.

E não só, nos últimos séculos.

Os papas sempre foram,

para muitos, figuras de referência,

e para a generalidade, figuras de relevo;

por vezes, e em diversas épocas, de decisiva importância.

Alguns

(muitos)

não pelas melhores razões.

Mas foram.

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DE ACORDO COM O CALENDÁRIO DA ONU:

1997/2006 - Década Internacional para a Erradicação da Pobreza.

2001/2010 - Década para Redução Gradual da Malária nos Países em Desenvolvimento, especialmente na África.

2001/2010 - Segunda Década Internacional para a Erradicação do Colonialismo.

2001/2010 - Década Internacional para a Cultura da Paz e não Violência para com as Crianças do Mundo.

2003/2012 - Década da Alfabetização: Educação para Todos.

2005/2014 - Década das Nações Unidas para a Educação do Desenvolvimento Sustentável.

2005/2015 - Década Internacional "Água para a Vida".

2006 Ano Internacional dos Desertos e da Desertificação.

Dia Mundial do Não-Fumador (Organização Mundial de Saúde).

Dia Nacional da Namíbia.

Dia Nacional da África do Sul.

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Roma antiga: Festival de Prosérpina, a rainha do submundo.

Deusa da agricultura, na mitologia romana, filha de Júpiter e de Ceres, foi raptada por Plutão, enquanto colhia flores. Plutão, deus do mundo dos mortos, levou-a para os infernos, de que veio a ser rainha, fazendo dela sua mulher, de quem teve as Fúrias.

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Fúrias

eram divindades infernais,

do ódio, da vingança e da justiça.

Monstros da vingança dos deuses,

eram virgens caçadoras, de asas rápidas e fisionomia terrível.

Eram três: Megera, Tisífone e Alecto.

A primeira, personificava a inveja e o ódio,

perseguia os culpados e semeava a discórdia entre eles;

a segunda, armada de um chicote, açoitava-os;

e a terceira, a mais terrível, personificava a cruel vingança.

São elas o símbolo do remorso, que corrói o coração dos culpados.

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A esta deusa, Prosérpina, os antigos romanos dedicavam um festival, realizado no dia 31 de Maio.

Em “Wikipédia, a enciclopédia livre” pode ver um maior desenvolvimento sobre estas lendas multiseculares.

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Faz hoje 774 anos (31.05.1232), que caiu numa SG : é desta data e do papa Gregório IX (178º) a bula de canonização de Santo António (aliás, Fernando de Bulhões), menos de um ano depois de o mesmo ter morrido, em Pádua (13.06.1231), com 36 anos de idade. Reinava em Portugal D. Sancho II (4º).

Santo António (de seu verdadeiro nome Fernando de Bulhões) nasceu em Lisboa, aos 15.08.1195, e morreu em Pádua, Itália, a 13.06.1231).

Aos quinze anos Fernando entrou para um convento de Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, e em 1220, com vinte e cinco anos, enquanto estudava em Coimbra, ingressou na Ordem dos Franciscanos e mudou o seu nome para António.

Era um pregador culto mas sempre atento aos pobres. Leccionou teologia em várias universidades europeias, tendo passado os últimos meses da sua vida, na Itália, em Pádua.

Perto da Sé de Lisboa, e no local do seu nascimento, são o centro da devoção ao Santo - igreja de Santo António - e o seu museu, que contém um conjunto de documentos, objectos litúrgicos, gravuras, pinturas, cerâmicas e objectos de devoção que evocam a vida e o culto de Santo António.

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Completam-se hoje 537 anos (31.05.1469), foi numa QA: D. Manuel I (14º) nasceu em Alcochete. Reinava seu tio D. Afonso V (12º), irmão de seu pai, D. Fernando, duque de Viseu. No Vaticano pontificava Paulo II (211º). Em França reinava Luís XI, em Inglaterra reinava Eduardo IV, em

Navarra e Aragão reinava João II e em Castela Henrique IV.

D. Manuel foi o único rei (tirando D. Afonso Henriques e D. João IV, por óbvias razões) que não era filho de rei. Aliás houve duas outras excepções: D. Sebastião, não foi filho, mas neto de rei (de D. João III) e D. João I que, embora filho do rei D. Pedro, era seu filho natural, duma relação extraconjugal (Teresa Lourenço), o que, em princípio, era impedimento à sucessão ao trono.

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Não obstante tal secular princípio,

nesta circunstância ele foi afastado,

por imposição do povo,

que sufragou e aclamou o Mestre de Avis como rei.

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Mas D. Manuel descendia directamente de D. João I e de D. Filipa de Lencastre, de quem era bisneto. E vem na sequência, directa, também, dos directos descendentes daquele régio casal, a celebrada “ínclita geração”: era neto de D. Duarte, por parte de seu segundo filho, D. Fernando, 2º duque de Viseu e 1º duque de Beja.

Como descendia directamente de D. Afonso Henriques (seu nonavô), ainda que D. João I fosse filho natural (não “legítimo”) de D. Pedro I. Filho, contudo.

Aliás, D. Manuel estava aparentado com várias casas reais da Europa de então: relativamente à Inglaterra para apontar só um exemplo - era tetraneto de Eduardo III (avô de sua bisavó D. Filipa de Lencastre) e sobrinho-bisneto de Henrique IV (irmão de D. Filipa).

Quando D. Manuel nasceu ninguém podia imaginar que estava ali um futuro rei de Portugal. Certo que era sobrinho de rei e descendente de reis (neto, bisneto…), mas nem por isso se lhe imaginaria a coroa real. Contudo, uma sucessão de factos fizeram com que o remoto herdeiro do trono, o venturoso Manuel (onde ocupava uma modesta 8ª posição – que geralmente fica esquecida na bruma dos ignorados sucessíveis, de que, em regra, não reza a História), viesse a ocupar esse trono.

Na verdade, antes de mais os acasos de D. Afonso V (tio de D. Manuel, que reinava quando ele nasceu – irmão de seu pai, e ambos filhos de D. Duarte) não ter tido mais filhos varões (D. João II era o terceiro filho de D. Afonso V, mas o segundo sucessível: teve um irmão mais velho, D. João, que morreria menor, antes de D. João II ter nascido (entre ambos, mais velha três anos que D. João II, havia uma princesa, que se dedicou à vida religiosa e que tem honras de altar, a Princesa Santa Joana). Aliás, D. Afonso V ficou viúvo (da rainha D. Isabel) antes de completar os 24 anos, e não voltaria a casar.

Por seu turno, D. João II, além de ter morrido muito novo (aos 40 anos), só teve um filho, D. Afonso, que muito novo ainda, casou com D. Isabel, de Espanha, filha dos reis católicos - (que, curiosamente, viria, anos mais tarde, a casar com seu primo e tio, o futuro D. Manuel. Primo, porque filho do seu tio D. Fernando; tio, porque irmão de sua mãe, D. Leonor)

Aliás, D. João II só teve esse filho, da rainha D. Leonor; porque de duas outras relações teve um filho – que foi duque de Coimbra – e uma filha. Filhos naturais, portanto.

Acontece que o príncipe D. Afonso morreu, no Vale de Santarém, de um acidente de cavalo, quando disputava um jogo equestre (o páreo).

Nesta circunstância, havia que voltar atrás, à linha sucessória do segundo filho de D. Duarte, irmão de D. Afonso V: D. Fernando, duque de Viseu.

D. Fernando e D. Beatriz tiveram oito filhos: seis filhos varões (João, Diogo, Duarte, Dinis, Simão e Manuel) e três filhas, entre elas Leonor – mulher de D. João II e mãe do príncipe D. Afonso.

Por golpes do destino, ao tempo da sucessão de D. João II, já, desta linha de sucessíveis, tinham morrido D. Fernando e os cinco irmãos mais velhos de D. Manuel. Eis, pois, como inesperadamente, o Venturoso chega ao trono de Portugal.

D. Manuel era filho do infante D. Fernando (duque de Viseu e de Beja, filho do rei D. Duarte e irmão de D. Afonso V) e da infanta D. Beatriz, filha do infante D. João e neta de D. João I.

Casou três vezes.

A primeira, com D. Isabel de Castela, filha dos reis católicos, viúva do infante D. Afonso, filho do nosso D. João II. D. Isabel morreu de parto, deixando um filho, D. Miguel da Paz, que morreria ainda bebé.

Casou em segundas núpcias com uma cunhada, a infanta D. Maria de Castela, irmã da sua primeira mulher, e deste casamento teve 9 filhos: D. João, que lhe sucederia no trono (D. João III); D. Isabel, que viria a ser imperatriz da Alemanha, ao casar com o imperador Carlos V (foram os pais de Filipe II de Espanha); D. Beatriz, que casou com o duque de Sabóia, Carlos III (foram os pais de D. Manuel Felisberto, duque de Sabóia); D. Luís, (n. 1506; m. 1555) cultor das ciências e das Letras, discípulo de Pedro Nunes (D. Luís foi o pai natural de D. António, Prior do Crato); D. Fernando, (nascido em 1507) duque da Guarda, conde de Marialva e de Loulé (e de Trancoso?) morreu em 1534.

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D. Fernando "foi tão detestado quanto seu irmão D. Luís foi admirado"

(cfr Ditos Portugueses Dignos De Memória,

História Íntima Do Século XVI,

de Autor desconhecido,

com Anotações, Actualização, Introdução e Comentários

de José Hermano Saraiva,

Publicações Europa-América, 3ª ed, de MAR97, p 57)

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D. Afonso, (nasceu em 1509) que foi bispo de Évora, Guarda e Viseu, arcebispo de Lisboa e cardeal (esta dignidade conferida por Leão X, em 1513, quando o infante tinha 4 anos (!!!), mas sob a condição de não poder ser tratado como tal antes de chegar aos 14 anos (!). Mas recebeu o barrete cardinalício aos 9 anos) (cfr tb, Ditos..., J H Saraiva, 56); D. Henrique, (nasceu 31.01.1512 e morreu a 31.01.1580) que veio a ser rei de 1578 a 1580, e que antes fora arcebispo de Braga, de Évora e de Lisboa; D. Maria, que morreria ainda bebé; D. Duarte, homem erudito, educado por André de Resende, que casou com D. Isabel, filha de D. Jaime, 4º duque de Bragança (D. Duarte foi o pai de D. Catarina, duquesa de Bragança).

O terceiro casamento de D. Manuel foi com a infanta de Espanha, D. Leonor, filha de Filipe I e irmã de Carlos V

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(D. Leonor nasceu a 15.11.1498

e chegara a ser pensada para sua nora,

já que primeiro se pretendeu que casasse com o seu filho

- futuro D. João III).

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E deste casamento teve dois filhos: D. Carlos, que viveu apenas um ano, e D. Maria, pessoa de grande cultura.

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De notar que o infante D. Luís

nasceu em 1506 e morreu em 1555.

Este segundo filho varão de D. Manuel

"teve excepcional prestígio,

maior que qualquer dos seus irmãos,

e D. João III

[que só por ter nascido antes - 4 anos - que o irmão, foi rei]

procurou sempre mantê-lo na sombra.

Vários escritores,

entre eles Gil Vicente, D. João de Castro e Pedro Nunes,

lhe dedicaram obras"

(Ditos... J H Saraiva, 54)

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D. João II e D. Manuel eram primos e cunhados: primos, porque ambos netos de D. Duarte (D. Duarte foi o pai de D. Afonso V e de D. Fernando, duque de Viseu - respectivamente pais de D. João II e de D. Manuel); cunhados, porque D. João II casou com D. Leonor, irmã de D. Manuel (portanto, também ela filha do duque de Viseu D. Fernando).

D. Manuel foi pai de, entre vários outros filhos [de três casamentos], D. João III e D. Henrique (ambos reis).

D. Manuel foi aclamado rei em 27.10.1495 e morreu a 12.12.1521, em Lisboa, sucedendo-lhe seu filho D. João III (15º) – o mais velho dos seus nove filhos do seu segundo casamento.

No ano em que morre D. Manuel são publicadas as Ordenações Manuelinas.

Ordenações era a designação que se dava a determinadas compilações de leis nacionais organizadas ao longo da nossa história. Eram, portanto, meras compilações de leis avulsas que não observavam a sistematização e o rigor que caracterizam os modernos instrumentos jurídicos que se chamam códigos.

Em Portugal, na Idade Média, tivemos três compilações deste tipo: as ordenações afonsinas, promulgadas no reinado de D. Afonso V, que tiveram origem na compilação ordenada já por D. João I, que pretendia ver reunidas de forma já algo sistemática as leis existentes, tarefa essa concluída em 1446 (a sua importância na história de Portugal é grande, já que se trata da primeira compilação oficial do direito português); as ordenações manuelinas, iniciadas em 1505 e terminadas em 1521, ano da morte de D. Manuel I, vieram substituir as afonsinas (seguindo o mesmo princípio organizativo, as ordenações manuelinas marcam já, no entanto, uma reformulação do estilo, mesmo no caso de normas já existentes; por último, as ordenações filipinas, que foram aprovadas em 1595, no reinado de Filipe I

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Filipe I de Portugal (Felipe II de Espanha)

era neto de D. Manuel

(filho duma filha dele, D. Isabel,

rainha de Espanha e imperatriz da Alemanha,

casada com Carlos I de Espanha e simultaneamente imperador Carlos V,

pai de Filipe).

Era, pois, sobrinho de D. João III (este, irmão de sua mãe)

de quem foi também genro, ao casar com uma filha dele, D. Maria

(portanto sobrinha de sua mãe), logo, ambos netos de D. Manuel.

Justificava-se, assim, a nova compilação pelo carácter desactualizado das ordenações manuelinas e da colecção de leis extravagantes

(volume constituído em 1569 por leis surgidas após as Ordenações Manuelinas e que foram compiladas por ordem do rei-cardeal D. Henrique).

As ordenações filipinas entraram em vigor apenas em 1603,

já no reinado de Filipe II

(filho de Filipe I, do 4º casamento deste com a arquiduquesa Ana de Áustria) mantendo-se no direito português

até à promulgação dos códigos jurídicos do século XIX.

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O humanista Damião de Góis escreveu a “Crónica do Felicíssimo Rei D. Manuel”.

Acerca do reinado e da obra de D. Manuel, falaremos quando se referir aqui o seu passamento, a 12 de Dezembro.

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Estávamos em 31.05.1492, já lá vão 514 anos, o que ocorreu numa QI: os Reis Católicos, Fernando e Isabel, firmam um decreto de expulsão dos judeus de todos os seus reinos.
Encontram-se frequentes alusões ao Decreto de Alhambra, mas não a esta data, em concreto.

Única diferença, relativamente a outras, nomeadamente a Alhambra: expulsão de todos os seus reinos (de todas as suas possessões).

A xenofobia e o anti-semitismo então dominante nas políticas europeias, favoreceu a inquisição espanhola e foi responsável pela expulsão dos judeus da Espanha em 1492 (Decreto de Alhambra).

O decreto de Alhambra foi uma decreto régio promulgado em 1492 pelos Reis Católicos (a rainha Isabel de Castela e o rei Fernando de Aragão), ordenando a expulsão dos judeus de Espanha. O decreto foi assinado em Granada, no Alhambra (dai o seu nome) a 31 de Março de 1492. O decreto foi escrito por Juan de Coloma, o secretário real.

Tomás de Torquemada foi um dos principais inquisidores da Espanha e um dos principais apoiantes da decisão, o mais brutal entre os sacerdotes católicos.

Ou a conversão forçada, ou a expulsão ou a morte – os judeus não tinham outra escolha.

Texto em português do Decreto de Alhambra, traduzido do inglês; da “geocities”, com a devida vénia

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Foi há 216 anos (31.05.1790), era SG: por decisão régia, são criadas em Lisboa 18 escolas para raparigas. São as primeiras escolas femininas em Portugal.

D. Maria I, a Piedosa, dispensou grande atenção às questões de instrução e culturais: fundou a Academia Real das Ciências de Lisboa (que a partir da implantação da república passou simplesmente a designar-se Academia das Ciências de Lisboa), presidida “pelo seu tio o Duque de Lafões” (*), e dirigida pelo abade Correia da Serra, estrangeirado e homem de muito saber, que foi secretário perpétuo da Academia, assim como fundou a Biblioteca Nacional e a Casa Pia, além de ter criado muitas escolas de instrução primária – como as acima referidas – e de outros graus de ensino.

Foi ainda no seu reinado que se construiu a Basílica da Estrela (onde viria a ser sepultada – único monarca da dinastia brigantina que não ficou no Panteão de S. Vicente) como foi nele que se iniciaram as obras do Teatro de S. Carlos e que se concluiu a Igreja da Memória.

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(*) Ainda não estou bem convencido deste parentesco. João de Bragança creio que era, antes, primo da rainha. Explico: o pai do duque era Miguel Bragança, filho natural de D. Pedro II, logo, irmão consanguíneo (vulgo, meio-irmão) de D. João V, avô de D. Maria. Assim, seria primo direito, e mesmo assim pela via “natural”, que não pela “legítima”, isto é primos por parte do pai de ambos. Logo, (vulgo) “segundo primo” da rainha.

Mas posso estar errado: sou um curioso, não um historiador.

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Foi na SX 31.05.1793, na sequência da Revolução Francesa, já decorreram 213 anos: os extremistas da Convenção Nacional declaram os girondinos, ou moderados, como foras-da-lei, dando início ao período conhecido como Terror da Revolução Francesa.

No elenco dos monarcas franceses aparece a referência, nesta altura, a Luís XVII (como sendo rei, de jure, de 1793 a 1795) filho de Luís XVI. Contudo ele nunca reinou. Decorria, sim, a Primeira República Francesa (1792 - 1804), que tinha no topo, primeiro, a ''Convenção Nacional'' (1792 - 1795), seguindo-se-lhe ''O Directório'' (1795 - 1799). No Reino Unido, reinava Jorge III, da Casa de Hanôver. Em Espanha reinava Carlos IV, da casa de Bourbon. Em Portugal já decorria, neste momento, a regência de D. João, (futuro D. João VI), perante a incapacidade de D. Maria I. Pontificava Pio VI (250º).

Os ''girondinos'' (nome derivado da região francesa de ''Gironda'', de onde vieram seus principais dirigentes) eram um grupo político moderado, chefiado por Jacques-Pierre Brissot (1754-1793) durante a Revolução Francesa.

Este grupo era constituído pela média burguesia e fazia oposição aos jacobinos - liderados por Robespierre. Seus representantes sentavam-se à direita na Assembleia, enquanto os jacobinos se sentavam à esquerda.

Destas posições terá surgido – segundo sustentam alguns - a convenção política da identificação dos termos direita e esquerda com conservadores ou moderados e radicais ou progressistas, respectivamente.

O ''Terror'' foi, por razões imagináveis, um período da Revolução Francesa compreendido entre 31.05.1793 (queda dos girondinos) e 27.07.1794 (morte de Maximilien de Robespierre).

Durante esse período as garantias civis foram suspensas e o governo revolucionário, controlado pela facção da ''Montanha'' dentro do partido jacobino (associação revolucionária criada em Paris, em 1789) perseguiu e assassinou os seus adversários (milhares de pessoas foram guilhotinadas). O Terror durou aproximadamente um ano, de meados de 1793 a meados de 1794.

O que, inicialmente, era uma perseguição velada aos girondinos tornou-se uma perseguição geral a todos os "inimigos" da Revolução, inclusive alguns elementos jacobinos ou que sempre haviam apoiado a mesma, como Georges-Jacques Danton. O Comité de Salvação Pública era o órgão que conduzia a política do terror; sua figura de maior destaque foi Maximilien de Robespierre.

“No entanto, as motivações para o Terror devem ser procuradas na tentativa de conter a contra-revolução. Após a instituição da Convenção Nacional, o governo, precisando do apoio das massas populares (os ''sans-cullotes'') promulgou diversas leis de assistência e garantia dos direitos humanos estabelecidos pela revolução (''liberdade, igualdade, fraternidade''). Houve certa resistência contra essas leis, que se somava à pressão externa contra a França. O Terror foi uma resposta drástica do governo, na tentativa de controlar o país”.

Os ''sans-cullotes'' ("sem calção")

era a denominação dada pelos aristocratas aos

artesãos, trabalhadores e até pequenos proprietários

participantes da Revolução Francesa a partir de 1771,

principalmente em Paris

O Terror terminou com o golpe do 9 do mês Termidor do ano II do novo calendário republicano (27 de Julho de 1794), que desalojou Robespierre do cargo de presidente do Comité de Salvação Pública e trouxe novamente a burguesia ao poder.

O poder discricionário de Robespierre não tinha limites. No Verão de 1794, o terror atingiu o seu auge: de 11.06 a 27.07 o Tribunal Revolucionário decretou, só em Paris, 1376 condenações.

Maximilien Marie Isidore de Robespierre (nascido a 06.05.1758, em Arras e falecido aos 28.07.1794, em Paris) foi um político revolucionário francês, mesmo, uma das figuras mais importantes da Revolução, tendo ficado conhecido como ''l'incorruptible''. Em 1790 é presidente do Clube dos Jacobinos. Em 1793 esteve à frente do Comité ou Junta da Salvação Pública, tornando-se o chefe da ditadura montanhesa, instigando o Terror que condenou à morte na guilhotina entre outros, Georges-Jacques Danton e Desmoulin e provocou a queda dos girondinos. Em 1794, morre na guilhotina juntamente com o seu irmão Augustin de Robespierre (também membro da Junta de Salvação Pública) e dezassete seus colaboradores.

(Basicamente, e quase integralmente, transcrições, com a devida vénia, da Wikipédia, a enciclopédia livre)

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Completam-se hoje 197 anos (31.05.1809), era uma QA: morreu Joseph Haydn, compositor austríaco. Em Portugal decorria a regência de D. João (VI). Pontificava Pio VII (251º).

Não se sabe ao certo se Haydn nasceu a 31.03 se a 01.04 de 1732.

Em 1758 entra ao serviço do conde de Morzin, no seu castelo situado próximo de Pilsen, na Boémia. Ser músico de corte era, nesse tempo, a única saída digna para um músico, sobretudo para um compositor.

Em 1761 é admitido ao serviço do príncipe Esterházy, um dos aristocratas mais ricos da Hungria (cuja família contará com os serviços de Schubert, durante algum tempo).

A partir daí, Haydn foi elevado ao cargo de mestre de capela, o qual conservou até ao fim dos seus dias, ainda que nos últimos cinco anos vivesse em Viena e não estivesse em condições de escrever nem de interpretar música.

Quando morreu, em 1809, era considerado - o que, na realidade, já acontecia desde que começou a exercer o seu cargo de Kappelmeister dos Esterházy - o mais importante compositor da sua época. Uma das primeiras obras que sabemos ter escrito, embora se tenha perdido, é uma obra para teatro com o título Der krummel Teufel (O diabo coxo), escrita entre 1751 e 1753, e o

Quarteto n.° l de 1757, assim como as suas duas primeira sinfonias, que datam sensivelmente dessa época. Mas tendo em conta a perfeição técnica que alcança em todas estas obras, não temos dúvidas de que terá escrito outras antes. Por volta de 1760 começa a escrever sinfonias em quatro andamentos - já o fizera antes, mas muito raramente -, nas quais predomina a introdução lenta, como uma espécie de apresentação do andamento rápido; um segundo andamento lento, um terceiro dançante (normalmente um minuete) e, para concluir a obra, outro andamento rápido. Com este tipo de sinfonias tem início a passagem do Barroco ao Clássico. É uma espécie de síntese que apenas o seu génio podia realizar; e, para consegui-lo, é necessário ter a sua capacidade inventiva melódica, o seu sólido conhecimento dos ritmos populares, com que conviveu desde a infância, os corais, a harmonia cada vez mais ousada e o avanço na utilização do contraponto.

Algumas das suas obras são, por exemplo, Sinfonia 102; Sinfonia 104 “Londres”; Quarteto de Cordas “Imperador”; Quarteto de Cordas “A Cotovia” e Quarteto de Cordas “A Caça”.

(Fonte: das enciclopédias)

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Há 187 anos (31.05.1819), numa SG: nasceu, West Hills, Long Island, o poeta norte-americano Walt Whitman.

Decorria o mandato do 5º presidente dos EU, James Monroe (1817 a 1825) eleito pelo “partido Democrata-Republicano”.

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O Partido Democrata-Republicano

não existiu como tal, oficialmente.

É uma designação convencionada pelos historiadores

para se referir à crescente divisão

no Partido Republicano dos Estados Unidos da América,

durante a década de 1790 e 1800.

A facção Democrata-Republicano, oficialmente,

em mais não consistia que numa

secessão

do Partido Republicano em 1828,

de que resultaria o actual

Partido Democrático

daquele país.

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No Reino Unido estava prestes a terminar o reinado de Jorge III. Em França reinava Luís XVIII, irmão de Luís XVI. Em Espanha, após a segunda restauração da Casa de Bourbon, estava no trono Fernando VII. Em Portugal, após a sua longa regência, já reinava D. João VI (27º). No Vaticano pontificava Pio VII (251º).

A primeira edição da sua obra prima, "Leaves of Grass", é de 1855.

Whitman "Introduziu uma nova subjectividade na concepção poética e fez da sua poesia um hino à vida. A técnica inovadora dos seus poemas, nos quais a ideia de totalidade se traduziu no verso livre, influenciou não apenas a literatura americana posterior, mas todo o lirismo moderno, incluindo o poeta e ensaísta português Fernando Pessoa."

Walt Whitman morreu em Camden, New Jersey, aos 26 de Março de 1892.

O que, mais recentemente, o tornou mais conhecido, porém, foram as várias citações que dele são feitas, assim como de Byron, no estupendo filme “Clube dos Poetas Mortos”.

O filme, dirigido em 1989 por Peter Weir, conta a história de um professor de literatura, Joh Keating (extraordinária interpretação de Robin Williams), que revoluciona, com processos ousados e um irreverente confronto com a ortodoxia instalada, a Academia Welton, onde se cultivavam, mas com base em conceitos de ultrapassado conservadorismo, a tradição, a honra, a disciplina e a excelência (recorde-se o julgamento de inusitada severidade de um aluno perante a assembleia de toda a escola). Os estudantes, contudo, e com a sempre actuante cumplicidade do prof Keating, atribuíram a tais valores outros tantos diferentes significados.

A máxima do grupo era “Carpe diem” (ao pé da letra, aproveita o dia; por extensão: aproveita a vida).

Mas de tal revolução de hábitos (recordem-se as reuniões dos estudantes numa gruta, por exemplo) e sobretudo mentalidades, poderia resultar, como resultou num caso, uma incontornável insatisfação ou o puro fracasso. Daí a tragédia: Neil Perry, um dos alunos, queria ser actor, mas o pai não suportava tal inclinação e impunha-lhe que escolhesse e se dedicasse a uma actividade “decente”, medicina, por exemplo.

O jovem Perry, nem com a ajuda do grupo, em especial do seu colega de quarto, Todd Anderson, consegue vencer o desespero em que o lançou a intolerante incompreensão e oposição do pai, e suicida-se.

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Foi há 183 anos (31.05.1823), era um SB: revoga-se a Constituição de 1822. Reinava D. João VI (27º). Pontificava Pio VII (26º).

Abolida a Constituição, dá-se a emigração em massa de muitos liberais: Garrett, Silva Carvalho, Ferreira Borges, Luz Soriano e muitos mais.

D. João VI (Lisboa - 13 de Maio de 1767 - id., 10 de Março de 1826), de seu nome completo João Maria José Francisco Xavier de Paula Luís António Domingos Rafael de Bragança, cognominado O Clemente, foi Rei de Portugal entre 1816 e a sua morte. João era filho da rainha Maria I de Portugal e do rei consorte Pedro III e tornou-se herdeiro da coroa depois da morte do irmão mais velho José, Duque de Bragança. Em 1785, casou-se com Carlota Joaquina de Bourbon, então com dez anos, filha de Carlos IV de Espanha e de Maria Luísa de Parma. Desde 1792, devido a doença mental da mãe, assumiu o poder, passando a despachar os decretos em seu nome; a partir de 1799, e até à sua ascensão ao trono, João governou o país como regente em nome da sua mãe.

«A Constituição Política da Monarquia Portuguesa, aprovada em 23 de Setembro de 1822 é a primeira lei fundamental portuguesa, o primeiro documento constitucional da História do nosso país, o qual marca uma tentativa de pôr fim ao absolutismo e inaugura em Portugal uma monarquia constitucional.

É resultado dos trabalhos das Cortes Constituintes de 1821-1822, eleitas pelo conjunto da Nação Portuguesa - a primeira experiência parlamentar em Portu­gal, nascida na sequência da revolução liberal de 24 de Agosto de 1820, no Porto. As Cortes Constituintes, cuja função principal, como o próprio nome indica, é elaborar uma Constituição, iniciaram as sessões em Janeiro de 1821 e deram os seus trabalhos por encerrados após o juramento solene da Constitui­ção pelo rei João VI de Portugal em Outubro de 1822 (o qual, no entanto, foi recusado pela rainha Carlota Joaquina, e por outras figuras contra-revolucioná­rias de grande nomeada, como o Cardeal-Patriarca de Lisboa, Carlos da Cunha e Menezes).

Com a aprovação desta Constituição tem início em Portugal a Monarquia Constitucional; o processo da sua consolidação, porém, viria a ser difícil e demorado. Contudo, a temeridade das suas propostas foi de certa maneira o impulso para uma reacções mais exacerbada das facções conservadoras da sociedade portuguesa, que logo viriam a pôr fim à sua vigência. Com efeito, a Constituição de 1822 esteve vigente durante apenas dois efémeros períodos: um primeiro período entre 23 de Setembro de 1822, altura em que foi aprovada, e 3 de Junho de 1823, ocasião em que D. João VI a suspendeu por ocasião da Vilafrancada, com a promessa não cumprida de a substituir por outra; um segundo período entre 10 de Setembro de 1836, quando ocorreu a Revolução de Setembro, e 20 de Março de 1838, momento em que foi aprovada a nova Constituição de 1838. De facto, foram dois dos períodos mais fecundos em termos de produção legislativa destinada a acabar com o Portugal Velho a que se referiram, entre outros, Alexandre Herculano ou Oliveira Martins. Apesar de tudo, a Constituição de 1822 fica no entanto como um marco fundamental para a História da democracia em Portugal, e qualquer estudo sobre o constitucionalismo terá que a ter como referência nuclear».

(Fonte, em matéria de constituições, “Constituições Portuguesas”, Wikipédia, a enciclopédia livre, com a devida vénia)

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Foi há 149 anos (31.05.1857), era um DM: nasceu Achille Ratti, em Desio, na Lombardia, perto de Milão, que viria a ser o papa Pio XI (259º). Pontificava, então, Pio IX (255º). Em Portugal decorria o curto reinado de D. Pedro V (31º).

Pio XI foi precedido no trono pontifício por Bento XV, e seguiu-se-lhe Pio XII.

Pio XI foi eleito em 06.02.1922 e morreu aos 10.02.1939.

A regulação da questão romana com o governo italiano fascista de Mussolini, por meio do Tratado de Latrão de 07.07.1929, concedeu a soberania temporal ao papa na cidade-estado do Vaticano, tornando-se Pio XI Chefe de Estado, o primeiro desde a queda dos Estados Papais durante a unificação da Itália, no séc XIX.

De todas as encíclicas de Pio XI a mais conhecida é a Quadragesimo Anno, de 1931, publicada no quadragésimo aniversário da Rerum Novarum, de Leão XIII

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Os católicos consideram

a Rerum Novarum

a magna carta da problemática social da Igreja…

Porém, dela se conhecem, politicamente,

desenvolvimentos

no fascismo italiano de Mussolini

e até na estrutura socio-económica corporativista

do Estado Novo de Salazar.

Os exemplos, como se vê, não são abonatórios nem recomendáveis.

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Leão XIII sustentava que “segundo a ordem estabelecida por Deus, deve haver na sociedade príncipes e vassalos, patrões e proletários, ricos e pobres, sábios e ignorantes, nobres e plebeus, os quais todos, unidos por um laço comum de amor, se ajudam mutuamente para alcançarem o seu fim último no Céu e o seu bem-estar moral e material na terra" (excerto da Encíclica Quod Apostolici Muneris de 28DEZ1878)

Um homem – “iluminado”, embora, por uma “aura divina” que aos comuns mortais é negada - contraria tudo e todos, precursores e próceres da igualdade proclamada quase um século antes, escritores, pensadores, filósofos e até teólogos – todos de grande craveira e de indiscutível credibilidade – e nega a igualdade, refuta a possibilidade da sua concretização.

Porém, a aura divina não deve, nesse caso, ter passado de um lampejo, pois que só o deixou ver parte da realidade e do problema. É que sua santidade viu apenas o homem na sua relação funcional e nalgumas das suas naturais, que não inultrapassáveis diferenças, e muito menos discriminatórias, como, por exemplo ricos e pobres, sábios e ignorantes.

O sumo pontífice não olhou para o Homem na sua essência. Este, seja rico ou pobre, instruído ou analfabeto, homem ou mulher, branco ou de qualquer outra cor, ateu ou crente de qualquer religião, patrão ou assalariado, governante ou governado, nascido em berço de ouro ou de famílias modestas, todos, todos eles merecem igualmente, e são credores, do mesmo (todo, incondicional) respeito e consideração perante a lei, perante o mundo e perante o seu “semelhante”, objecto que são – indistintamente – dos direitos humanos.

Esta diferença conceptual talvez seja suficiente para pôr em causa o pensamento social católico vertido por Leão XIII na “Rerum Novarum” e nas sua declarações "ex cathedra".

O sucessor de Leão XIII, o papa de que hoje nos ocupamos, Pio XI, pelo menos já se questionava… Mas não lhe sobrou coragem, e manteve a tese do seu predecessor.

"E se o socialismo estiver tão moderado no tocante a luta de classes e a propriedade particular, que já não mereça nisto a mínima censura? Terá renunciado por isso a sua natureza essencialmente anticristã? (...) Para lhes respondermos, como pede a Nossa paterna solicitude, declaramos: o socialismo, quer se considere como doutrina, quer como fato histórico, ou como "acção", se é verdadeiro socialismo, mesmo depois de se aproximar da verdade e da justiça nos pontos sobreditos, não pode conciliar-se com a doutrina católica, pois concebe a sociedade de modo completamente avesso a verdade cristã. (...) "afirmava o papa cujo nascimento hoje comemoramos, Pio XI, na encíclica “Quadragesimo Anno”, que celebrava os 40 anos da “Rerum Novarum”.

E, mais adiante, sentenciava, ainda, Pio XI, sempre na “Sua paterna solicitude”, no mesmo documento: "socialismo religioso, socialismo cristão, são termos contraditórios: ninguém pode ao mesmo tempo ser bom católico e socialista verdadeiro".

O mundo e muitos católicos (teólogos, mesmo) se encarregaram de demonstrar que a realidade era bem outra.

Na primeira das citações se encontram evidenciados alguns dos argumentos que rejeitam a sua obstinada conclusão.

A segunda citação termina com uma presunção, não com uma conclusão, pois não está demonstrada a contrariedade aí invocada.

Relativamente a Portugal, foi Pio XI quem elevou ao cardinalato o contemporâneo (na Universidade de Coimbra), colega e amigo de Salazar, o cardeal Cerejeira. E foi ainda Pio XI que lhe impôs o barrete cardinalício, curiosamente, ao mesmo tempo que ao Cardeal Pacelli, mais tarde Pio XII.

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Há 119 anos, (31.05.1887), uma TR: nasceu, em Pointe-à-Pitre, Guadalupe, Alexis Saint John-Perse, poeta e diplomata francês, Prémio Nobel de Literatura de 1960.
Em França decorria, então, o mandato do 3º presidente da terceira República, Jules Grévy, que teve de demitir-se nesse mesmo ano na sequência do escân­dalo provocado por seu genro Wilson, no tráfico de condecorações. Em Portu­gal reinava D. Luís (32º). De Roma a igreja católica era dirigida pelo papa Leão XIII (256º).

Saint-John Perse, que é pseudónimo de Marie-René Alexis Saint-Léeger Léger, esteve deslocado na China, entre 1916 e 1921, onde escreveu “Anabase”, publicado em 1924, “uma das maiores e mais injustamente desconhecidas (entre nós [lusófonos]) obras literárias deste século[XX]. Não o interessa tanto o tema da derrota e da retirada como o da peregrinação à descoberta, simultaneamente, de um continente e de si mesmo. O título da sua obra é agora utilizado nas suas duas acepções, como "subida para a sela" e como "expedição para o interior". Em 1960, após receber o Nobel da Literatura contenta-se em dizer, numa entrevista a Pierre Mazars, que "Anabase" tem por tema "a solidão na acção" – escreve Júlio Castañon Guimarães (JCG).

Entretanto reside nos Estados Unidos entre 1940 e 1957.

“Perse foi traduzido por outros grandes poetas, como T. S. Eliot. W. H. Auden e Ungaretti, bem como por Walter Benjamin, sendo significativo que tenha atraído a atenção de escritores tão diversos” – refere ainda Castañon Guimarães.

Saint-John Perse foi um autor de um rico e extensíssimo vocabulário, o que tornava difícil a “ordenação de toda essa massa de linguagem. Eliot chamou a atenção para isso, ao afirmar que, em Perse, é apenas aparente o caos de imagens e idéias, que não estão submetidos a uma lógica de conceitos, mas a uma lógica da imaginação” – são ainda palavras de JCG.

Na base, mais próxima, da atribuição do Nobel em 1960 a Saint-John Perse, estará, certamente a publicação em 1959, da sua obra prima: Marcas Marinhas, de cuja crítica do referido JCG, respigo as seguintes passagens:

Marcas marinhas, de Saint-John Perse, além de pôr à nossa disposição um texto de extrema exigência, mas também de surpreendente poder de encantamento, pede, sem dúvida, algumas referências. Publicado originalmente em 1959, esse poema pode ser arrolado juntamente com algumas grandes obras poéticas do século 20, como Waste land e Four quartets, de T. S. Eliot; Os cantos, de Ezra Pound; ou o Cemitério marinho e a Jovem Parca, de Paul Valéry. Talvez o aspecto que mais facilmente chame a atenção em Marcas marinhas seja o fato de que se trata de um poema em prosa”.

Marcas marinhas, (…), constitui o que é considerada a obra-prima de um poeta cuja obra foi toda produzida em prosa, uma prosa com características complexamente especiais, pois em sua constituição acolhe o verso, a metrificação”.

Saint-John Perse morreu em Giens, França, aos 20.09.1975

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Aconteceu há 115 anos (31.05.1891), num DM: inicia-se a construção do caminho-de-ferro transiberiano. Reinava, na Rússia, o penúltimo czar, Alexandre III. No Reino Unido reinava a rainha Vitória. Em França decorria o mandato de Marie François Sadi Carnot, o 4º presidente da Terceira República. Em Espanha no trono estava Afonso XIII. Em Portugal reinava D. Carlos (33º). No Vaticano pontificava Leão XIII (256º).

O caminho de ferro Transiberiano é o mais longo, o mais caro e o mais complicado do mundo. Na viagem, que demora 8 dias, percorrem-se os continentes europeu e asiático, ligando a capital russa aos portos de Vladivostock e Nakhodka, na costa do Pacífico, atravessam-se 10 fusos horários e passa-se por 87 cidades, num trajecto de 9289 Km.

Em 1901 chega ao lago Baical, depois atravessa a Manchúria para chegar à cidade de Lochun (Porto Artur), no extremo da Península de Kwantung no Mar Amarelo, a Ocidente da Coreia e chega a seguir a Vladivostok no Mar Interior do Japão.

A linha é concluída em 1916, quando reinava o último czar, Nicolau II.

Em 2002 é concluída a sua electrificação.

Cerca de 30% das exportações russas são transportadas por esta linha.

À queda do czarismo não terá sido alheia a verba gasta com este projecto.

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Estão decorridos 96 anos (31.05.1910), foi numa TR: morreu Elizabeth Garrett Anderson, primeira mulher médica inglesa. Jorge V, da Casa de Windsor, avô de Isabel II. Em Portugal já decorria o curtíssimo (de poucos meses) reinado do nosso último monarca, D. Manuel II (34º)

Ela e seus 11 irmãos e irmãs pertenciam a uma família de defensores da reforma social. Entre suas cunhadas famosas estão Antoinette Brown Blackwell (1825-1921), primeira mulher ordenada ministra na igreja anglicana dos Estados Unidos, e a activista dos direitos das mulheres Lucy Stone.

Elizabeth Blackwell, como era conhecida Elizabeth Garrett Anderson, nasceu em Bristol, em 03.02.1821. Em 1831 a família emigrou para os EU.

Elizabeth participou no movimento anti-esclavagista.

Blackwell tentou a entrada em vários centros médicos, mas foi rejeitada. O Geneva College, em Nova Iorque, porém, aceitou-a. Aluna brilhante, a 23 de Janeiro de 1849 passou a ser a primeira mulher que obteve o título de médica, nos Estados Unidos.

Impedida de exercer em vários hospitais, fundou o seu próprio hospital, o Hospital de Nova Iorque para mulheres e crianças indigentes, em 1857. Quando começou a Guerra Civil Americana, formou enfermeiras, e em 1868 fundou o Colégio Médico de Mulheres, com vista a formar mulheres em medicina. Em 1869 deixou a sua irmã Emília o cuidado do colégio e voltou a Inglaterra. Então, com Florence Nightingale (uma famosa enfermeira britânica), abriu o Colégio Médico de Mulheres. Blackwell ensinou na recém criada Escola Londrina de Medicina para Mulheres e passou a ser a primeira mulher no Registo Médico do Reino Unido. Retirou-se aos 86 anos.

O seu guia de educação sexual, “A Educação Moral dos Jovens”, foi publicado na Grã Bretanha, assim como a sua autobiografia.

(transcrição da Wikipédia, com o devido respeito)

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Foi há 80 anos (31.05.1926), era um SG: Bernardino Machado, presidente da República Portuguesa, apresenta a sua demissão do cargo, como consequência do golpe militar de 28 de Maio, que instaurara a Ditadura. Isto, quando em França decorria o mandato do 12º presidente da Terceira República, Gaston Doumergue, quando em Inglaterra ainda reinava Jorge V, quando nos EU governava o 30º presidente, John Calvin Coolidge Jr., quando aos destinos da igreja católica presidia o papa Pio XI (259º).

Ao renunciar, Bernardino Machado renunciou e entregou o poder a Mendes Cabeçadas. Entra em funções o primeiro governo da ditadura militar, presidido, exactamente, pelo mesmo Comandante Mendes Cabeçadas.

Simultaneamente, a Assembleia e o Senado são encerrados.

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Faz hoje 30 anos (31.05.1976), era uma SG: a Indonésia invade e ocupa Timor-Leste. Em Portugal o PR era o general Costa Gomes. Pontificava Paulo VI (262º).

Alguns acontecimentos marcantes na história recente de “Timor Lorosae”:

- a ONU aprova a resolução que reafirma o direito de autodeterminação e independência de Timor Leste (16.02.1983);

- tropas indonésias massacram civis em Timor-Leste, e as imagens filmadas correm mundo (12.11.1991);

- o líder da resistência timorense, Xanana Gusmão, é preso em Dili pela polícia de Jacarta, Indonésia (20.11.1992);

- em Genebra, Durão Barroso e Ali Alatas (respectivamente por parte de Portugal e da Indonésia) iniciam uma nova ronda de negociações sobre Timor Leste (06.05.1994);

- em Manila, início da conferência sobre os direitos humanos em Timor Leste (31.05.1994);

- Ana Gomes (primeira Embaixadora portuguesa), então no posto de Jacarta, Indonésia, chega a Dili, sendo a primeira representante do Governo português a visitar Timor Leste (Timor Lorosae) desde 1975 (13.03.1999);

- afastado Suharto do poder, “o novo presidente da Indonésia, Habibie, inicia uma política de reformas, cedendo mediante a pressão internacional, aceitando acordar com Portugal e com as Nações Unidas a realização de um referendo no território sob a égide desta última organização (acordo de 5 de Maio de 1999).

- “O referendo teve lugar a 30 de Agosto desse mesmo ano sob a responsabilidade da UNAMET (United Nations Mission in East Timor). O resultado do referendo (78,5% dos votos foram a favor da independência) desencadeou uma onda de violência sem precedentes por parte das milícias integracionistas, ainda hoje visível; grande parte dos edifícios públicos e das habitações foi destruída. Com o caos instalado, as Nações Unidas decidem constituir uma força internacional para repor a lei e ordem, forçando a paz. A INTERFET (International Force in East Timor) sob comando australiano e com o acordo de Habibie, entra a 20 de Setembro de 1999 em Dili;

- a Indonésia revogou a anexação da 27ª Província, Timor Leste, a 19 de Outubro de 1999”. Xanana Gusmão fora libertado em SET1999;

- a independência de Timor aconteceu aos 20.05.2002. Xanana Gusmão é o seu primeiro presidente.

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Duas notas e uma conclusão:

1. a História parece apontar para graves erros e omissões da anterior entidade colonial (Portugal), já no pós-25 de Abril (no que respeita directamente aos factos descritos a partir de 1975), relativamente a todo este processo de autonomia e de independência de Timor.

2. Timor Leste vive, neste momento (Maio de 2006), uma grave crise política, com origem em problemas étnicos nunca resolvidos.

CONCLUSÃO que parece irrecusável: para além do mais, nova falha estrondosa de Portugal!!!

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Faz hoje 15 anos (31.05. 1991), era uma SX: em Lisboa, e após um ano de negociações directas sob mediação portuguesa, é assinado um acordo de paz pelos presidentes do MPLA (Eduardo dos Santos)e da UNITA (Jonas Savimbi), com que se pretende pôr fim a 16 anos de guerra civil em Angola. Terminava o 1º mandato presidencial de Mário Soares. Pontificava João Paulo II (264º).

Trabalho infrutífero, infelizmente: o cessar-fogo não foi observado e a guerra prosseguiu, cada vez mais intensa e mortífera, até 2002.

Governo de Angola, do MPLA, chefiado por José Eduardo dos Santos e UNITA (liderada por Jonas Savimbi) assinam acordo de paz de Bicesse (Portugal), tendo como observadores a tróica composta por Portugal, URSS e EUA.

«O acordo de paz assinado em Bicesse em Maio de 1991 assemelha-se bastante a outros acordos da altura em muitas das suas características, tais como o objectivo de democratização das instituições políticas e de escolha entre os dois lados em conflito através de um processo eleitoral precedido por uma 'transição'. Os actores angolanos, o MPLA no governo e os rebeldes da UNITA, como é óbvio, eram belicosos e ditatoriais…» e «o que torna diferente o caso de Angola é a interligação das questões nacionais e internacionais em jogo» - sustenta, numa longa análise crítica, a socióloga Christine Messiant, investigadora numa Universidade de Paris e especializada em questões sociais africanas, sobretudo dos PALOP, e mormente de Angola.

A 22FEV2002, o líder do “Galo Negro”, Savimbi, é morto em combate, na província angolana do Moxico.

Partiu-se a espinha dorsal da UNITA. Este movimento, agora decapitado, não mais vai fazer oposição séria ao governo angolano.

Decorreram doze anos sobre o início das negociações de Bicesse, mas “foram precisos três acordos de paz e o assassinato de Jonas Savimbi, (…), para que as armas se calassem definitivamente em Angola”remata aquela socióloga.

Os referidos acordos foram os de Bicesse (31.05.1991), os de Lusaka (15.11.1994) e por fim, já após a eliminação de Savimbi, o Memorando de Luena de 04.04.2002.

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Foi há 14 anos (31.05.1992), era um DM: Sérvia e Montenegro elegem os 138 deputados do Parlamento Federal para legitimar a criação da Nova Jugoslávia, proclamada em 27 de Abril, quando formaram a República Federal da Jugoslávia, liderada por Slobodan Milosevic, sobre as ruínas da antiga (entre 1945 e 1991) República Socialista da Jugoslávia, de Tito.
Em Inglaterra reinava Isabel II. Em França governava François Mitterrand (Socialista), o 6º presidente da Quinta República. Nos Estados Unidos governava o 41º presidente, George Herbert Walker Bush (pai). Em Portugal, t
inha-se iniciado, no ano anterior, o segundo mandato presidencial de Mário Soares e desde final de Outubro anterior que decorre o segundo governo de Cavaco Silva. No Vaticano prossegue o longo pontificado de João Paulo II (264º)

Mas a ensaiada unidade na “Jugoslávia” não correspondia a uma realidade, pois que o movimento independentista dos montenegrinos era muito forte. Mas também forte (violenta) foi a oposição da facção liderada por Milosevic.

A verdade é que, após um mais ou menos longo processo, o Parlamento da Jugoslávia, em 04FEV2003, transformou a Federação no Estado da Sérvia-Montenegro. Donde resultaram a República da Sérvia e a República do Montenegro.

Cerca de dois anos depois, em 22FEV2005, é proposta a desintegração pacífica dos dois estados balcânicos.

Em 02MAR2006 o parlamento montenegrino aprova a organização de um referendo com esse objectivo independentista, sendo que, recentemente, em 21MAI2006, mais de 55 por cento dos montenegrinos votaram a favor da sua independência.

O Montenegro disse, pois, adeus à Sérvia sem o disparo de um tiro.

Os montenegrinos (que representem pouco mais de 43 por cento da população da República, embora constituam a maior percentagem relativamente às outras etnias – sérvios [32%], bósnios, albaneses, muçulmanos, croatas e ciganos, somando estas outras etnias cerca de 670 mil pessoas) celebraram festivamente a sua independência, na capital, Podgorica (que tem menos de 200 mil habitantes) e noutras cidades e localidades do novel país.

Será que as diferentes etnias vão entender-se e permitir o harmonioso progresso do novo país acabado de nascer?

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Estão decorridos três anos (31.05.2003), foi num SB: o Concorde, da Air France, faz a última ligação comercial Nova Iorque Paris.

O Concorde foi um dos dois aviões de passageiros supersónicos que operaram na história da aviação comercial, sendo o outro o soviético Tupolev Tu-144. O Concorde atingia uma velocidade de cruzeiro de Mach 2,04, a uma altitude de 17 700 metros.

Voos comerciais do Concorde começaram em 21.01.1976 e terminaram em 24.10.2003. O Concorde operou, apenas, pelas companhia britânica British Airways e pela companhia francesa Air France.

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O Tupolev Tu-144, acima referido,

foi um outro avião supersónico,

mas este construído pelo fabricante russo Tupolev. ´

O primeiro voo dum protótipo do Tu-144

realizou-se a 31.12.1968 perto de Moscovo,

dois meses antes do Concorde.

O Tu-144 ultrapassou pela primeira vez a barreira do som

a 05.06.1969

e em 15.07.1969 passou a ser o primeiro transporte comercial

que foi além do Mach 2.

O serviço regular de passageiros do Tupolev Tu-144 começou em Novembro de 1977.

A 23.05.1978, porém, o Tu-144D teve uma falha e um acidente.

Assim, o voo da Aeroflot de 01.06.1978

foi o 55º e último voo do Tu-144 como avião de passageiros.

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Em aerodinâmica a barreira do som é a aparente barreira física que dificulta grandes objectos de atingirem velocidades supersónicas.

Chama-se supersónica, qualquer velocidade acima da velocidade do som, que é aproximadamente 343 m/s.

Muitos caças são supersónicos.

O Concorde e o Tupolev Tu-144 foram aviões civis supersónicos, de transporte de passageiros. Porém, desde o último voo do Concorde de 26 de Novembro de 2003, deixaram de existir aviões civis supersónicos em serviço.

Velocidades 5 vezes acima da velocidade do som são muitas vezes referidas como hipersónicas.

(Fonte: Wikipédia)

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